Fernando Alcoforado*
Jeorge Cardozo*
Em pesquisas recente
realizadas pelos professores mestre e doutor Jeorge Cardozo e Fernando
Alcoforado, fomos a fundo nos estudos sobre os impactos que os avanços tecnológicos
irão implicar em algumas profissões ao redor do mundo. Esse estudo busca, acima
de tudo, esclarecer aos setores da sociedade, que, a priori, dizem não gostarem
de lê, como se isso, fosse um simples prazer ou lazer e não uma certa obrigação
para a visão de mundo e entendimento das nuances que lhes são colocadas no
mundo macro globalizado e competitivo em todas as suas plataformas.
No livro The Second Machine Age (A segunda era da máquina), seus autores afirmam
que a combinação do poder de computação maciço com redes abrangentes,
aprendizado de máquinas, mapeamento digital e a "Internet das coisas"
estão produzindo uma revolução industrial completa, na mesma escala que as
transformações causadas pela energia a vapor e a eletricidade. A consultoria
Boston Consulting Group prevê que, em 2025, até um quarto dos empregos seja
substituído por softwares ou robôs, enquanto que um estudo da Universidade de
Oxford, no Reino Unido, aponta que 35% dos atuais empregos no país correm o
risco de serem automatizados nas próximas duas décadas (BRYNJOLFSSON, Erik e
McAFEEE, Andrew. The second machine age. New York: Norton paperback, 2016).
Udo Gollub, CEO e fundador da
empresa Sprachenlemen24 de Munique, fez conferência em Messe Berlin na
Universidade da Singularidade quando apresentou previsões tecnológicas
disponíveis no website <https://www.facebook.com/udo.gollub/posts/10207978845381135>,
que se forem confirmadas reforçarão a Revolução Informacional ou Pós-industrial
que vivenciamos. Em síntese, Udo Gollub afirma que: 1) o software irá destroçar
a maioria das atividades tradicionais nos próximos 5-10 anos como o
UBER vem fazendo com o serviço de táxis; 2) a Inteligência Artificial como a
WATSON, da IBM, poderá oferecer aconselhamento jurídico (por enquanto em
assuntos mais ou menos básicos) dentro de segundos, com 90% de exatidão se
comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos; 3) em 2030, os
computadores se tornarão mais inteligentes do que os humanos; 4) em 2018, os
primeiros veículos serão dirigidos automaticamente; 5) ao redor de 2020, a
indústria automobilística tradicional começará a ser demolida e a maioria das
empresas fabricantes de carros poderá falir porque as companhias tecnológicas
(Tesla, Apple, Google) adotarão a tática revolucionária construindo um
computador sobre rodas; 6) carros elétricos se tornarão dominantes até 2020; e,
7) o preço da energia solar vai cair de tal forma que todas as mineradoras de
carvão cessarão suas atividades ao redor de 2025.
Udo Gollub acrescenta que: 8)
haverá um impacto na área da saúde porque teremos empresas que construirão um
dispositivo médico (chamado Tricorder na série Star Trek) que trabalha com o
seu telefone, analisa sua retina, testa sua amostra de sangue e analisa sua
respiração (bafômetro). Analisará 54 bio-marcadores que identificarão
virtualmente qualquer doença; 9) o preço da impressora 3D mais barata caiu de
US $ 18.000 para US $ 400 em 10 anos e tornou-se 100 vezes mais rápido; 10)
70-80% dos trabalhos desaparecerão nos próximos 20 anos; 11) até 2020, haverá
um aplicativo chamado moodies que já é capaz de dizer em que humor a pessoa
está e pode saber se a pessoa está mentindo por suas expressões faciais; 12)
Bitcoin (dinheiro virtual) pode tornar-se dominante em 2020 e pode até
tornar-se moeda de reserva padrão; 13) em torno de 2036, as pessoas poderão
viver bem por mais de 100 anos; e, 14) até 2020, 70% de todos os seres humanos
terão um smartphone.
As profissões mais ameaçadas
pelos robôs, segundo Wakefield, são os motoristas de táxi, operários de
fábrica, jornalistas, médicos, advogados, funcionários de escritório, trabalhos
de entrega de mercadorias, policiais, etc (WAKEFIELD, Jane. Quais profissões estão ameaçadas pelos robôs? Disponível no website <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150914_profissoes_robos_lgb>).Motoristas de
táxi ao redor do mundo estão ameaçados pelo Uber quanto motoristas em geral por
fabricantes de veículos que já estão fabricando unidades que dispensam a
presença do motorista. Operários de fábrica estão ameaçados porque as linhas de
montagem estão sendo cada vez mais automatizadas. A profissão de jornalista
está ameaçada porque em futuro próximo, reportagens não serão mais escritas por
jornalistas e sim por softwares capazes de coletar dados e transformá-los em
textos minimamente compreensíveis. Os médicos estão ameaçados porque alguns
procedimentos médicos são feitos de forma mais rápida por robôs que já estão
ajudando médicos a realizarem cirurgias. Os funcionários de escritório já estão
sendo substituídos por máquinas inteligentes que realizam inúmeras de suas
tarefas. Os trabalhadores dedicados a entrega de mercadorias serão substituídos
por drones ou veículos sem motorista. Policiais e militares serão substituídos
por robôs.
Em 2013, pesquisadores da
Oxford University publicaram um estudo detalhado do impacto da computação sobre
o emprego nos Estados Unidos considerando os avanços recentes em aprendizado de
máquinas (machine learning) e robôs móveis. Eles analisaram cada uma das
categorias profissionais catalogadas pelo U.S. Bureau of Labor Statistics
baseada em um banco de dados sobre competências requeridas para exercer esses
empregos. Os pesquisadores concluíram que 47% dos atuais empregos estão sob
alto risco de automação nos próximos anos e décadas e outros 19% sob risco
médio. Eles consideram que somente um terço dos atuais trabalhadores estão
salvos de substituição nas próximas uma ou duas décadas.
Os pesquisadores da Oxford
University concluíram que as profissões que requerem trabalhos manuais
(blue-collar) mais susceptíveis de substituição pela automação são as
seguintes: 1) escavadores de esgoto; 2) supervisão de reparadores; 3)
operadores de máquinas; 4) escrutinador; 5) funcionários de transporte, de
recepção e de trânsito; 6) motoristas; 7) inspetores, testadores,
classificadores e amostradores; 8) projetor de imagens no cinema; 9) caixas;
10) moedores e polidores; 11) trabalhadores rurais; 12) lobistas, tomadores de
ingressos; 13) cozinheiros; 14) concessionários de jogos; 15) engenheiros de
locomotivas; 16) atendentes de balcão; 17) funcionários de correios; 18)
paisagistas e jardineiros; 19) montadores de equipamentos elétricos e
eletrônicos; e, 20) trabalhadores para impressão, encadernação e acabamento. As
profissões menos susceptíveis à automação entre os “blue-collars” são as
seguintes: 1) terapeutas recreacionais; 2) audiologistas; 3) terapeutas
ocupacionais; 4) ortopedistas e técnicos em prótese; 5) coreografistas; 6)
médicos e cirurgiões; 7) dentistas e ortodentistas; 8) instrutores de educação
física; 9) silvicultores; 10) enfermeiros; 11) maquiadores; 12) farmacêuticos;
13) treinadores e escoteiros; 14) terapeutas físicos; 15) fotógrafos; 16)
quiropráticos; 17) veterinários; 18) artistas e artesãos; 19) designers florais;
e, 20) designers de tecidos e roupas.
Os pesquisadores da Oxford
University concluíram que as profissões que requerem trabalho intelectual
(white-collar) mais susceptíveis de substituição pela automação são as
seguintes: 1) preparadores de declaração de renda; 2) examinadores de títulos;
3) assinantes de serviços e processadores de reclamações; 4) funcionários de
corretagem e entrada de dados; 5) oficiais de empréstimo; 6) analista de
crédito; 7) funcionários de contadores e auditores; 8) funcionários assalariados;
9) arquivista; 10) operadores de quadros de distribuição; 11) gestores de
benefícios; 12) assistentes de biblioteca; 13) operadores de reatores
nucleares; 14) analista de orçamento; 15) escriturários técnicos; 16)
transcriptores médicos; 17) cartógrafos; 18) revisores; 19) processadores de
texto e datilógrafo. As profissões menos susceptíveis à automação entre os
“white-collars” são as seguintes: 1) analista de sistema; 2) engenheiros; 3)
artistas de multimídia e animadores; 4) cientista de pesquisa de computação e
informação; 5) chefe executivo; 6) compositores; 7) projetistas de moda; 8)
fotógrafos; 8) administradores de bancos de dados; 9) gestores de compras; 10)
advogados; 11) escritores e autores; 12) desenvolvedores de software; 13) matemáticos;
14) editores; 15) projetistas gráficos; 16) controladores de tráfego aéreo; 17)
engenheiros de som; e, 18) editores de escritório (desktop).
O avanço tecnológico gerará
inevitavelmente três consequências: 1) a queda no consumo ou demanda geral de
bens e serviços devido ao aumento do desemprego e a redução do poder aquisitivo
da população trabalhadora; 2) o declínio da classe média com grandes
implicações de natureza política haja vista que ela atua como aliada da
burguesia em seu confronto com o proletariado; e, 3) o enfraquecimento da luta
dos sindicatos em prol dos trabalhadores e da luta de classes entre burguesia e
proletariado. Tudo isto que acaba de ser relatado impactará negativamente sobre
o mundo do trabalho porque poderá levar ao fim do emprego, mas levará o mundo
ao caos político, econômico e social nos planos nacional e mundial que
acelerará o fim do capitalismo como sistema mundial em meados do século 21 em
consequência de seus rendimentos decrescentes (queda tendencial do crescimento
do PIB e da taxa de lucro mundiais). O proletariado deixaria de ser o messias da
humanidade como preconizava Marx. O declínio da classe média onde se encontram
os trabalhadores de “colarinho branco” coloca em xeque sua ascensão social
cujos integrantes marginalizados e frustrados juntamente com o proletariado
poderão se constituir em forças poderosas a serviço das mudanças sociais em
prol do progresso social que beneficia toda a sociedade ou em massa de manobra
do fascismo que beneficia as classes dominantes.
Obs. É importante que divulguem essas informações.
Leia mais em: http:blogdocardozo3333.blogspot.com
*Fernando Alcoforado – professor doutor.
*Jeorge Cardozo – funcionário público mestre.