Por Jeorge Cardozo
lado dramático e cruel da
situação das mulheres no Brasil está exatamente aí, O machismo dominante ainda
hoje tira proveito das deformações de sua concepção de mundo. Ao manter a
ignorância diante das lutas sociais de inclusão das mulheres nos contextos
político, econômico e social, preserva sua posição de mando, com os privilégios
correspondentes.
Portanto, essa situação passou a
mudar, a partir do Movimento Feminista Internacional. Em 1918 a bióloga
brasileira Bertha Lutz (1894-1976) publicou na Revista da Semana uma carta
denunciando o tratamento discriminatório dado às mulheres. Em 1921 criou a
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino que lutava pelo voto, pela escolha
do domicilio e pelo trabalho de mulheres sem autorização do marido. Tivemos
outras importantes ativistas pelo direito do voto, Mietta Santiago (1903-1995),
Luíza Alzira Soriano Teixeira (1897-1963) e Jerônima Mesquita (1880-1972). Em
1934 foi eleita à deputada constituinte, Carlota Pereira de Queirós
(1892-1982). Na década de 1930, as mulheres se fizeram presentes também nas
greves operárias e na luta pelo acesso ao sistema educacional.
Assim como os demais movimentos
sociais, o movimento das mulheres também foi alvo de repressão da direita
conservadora e sofreu um refluxo durante os períodos ditatoriais de Vargas
(1937-1945), dos governos militares (1964-1985) e da parte conservadora da
sociedade e das igrejas. Nos meados dos anos de 1970, o movimento ganhou força,
com a participação dos partidos políticos de esquerda, sindicatos, associação
comunitária e com a constituição de 1988, que incorporou propostas apresentadas
pelos movimentos feministas aos direitos individuais e sociais das mulheres, e
no fomento a políticas públicas voltadas para o enfretamento e a superação da
discriminação e da opressão e, a consequente eleição da primeira mulher
presidente, Dilma Rousseff. Tudo isso, resultou na criação dos conselhos dos
direitos da mulher, das delegacias especializadas de atendimento à mulher, de
programas específicos de saúde integral e de prevenção e atendimento às vitimas
de violências sexual e domestica.
Destarte, na atualidade as
mulheres precisam ratificar as suas conquistas, aumentando as suas
representatividades na política, mesmo, hoje em dia, sendo elas maioria na
população, elas continuam a votarem em peso nos homens, e, quando as poucas que
assumem cargos eletivos ou políticos, acabam por tomar decisões, na sua
maioria, de caráter conservador, indo, muitas vezes, contra aos interesses delas
mesmas.
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