Por Jeorge Cardozo
Vivemos momentos de perplexidade
em face do momento politico vivenciado em nosso país. De um lado, o PT com seu
paradigma social liberal que, ainda que setores da classe médio-alta, hoje em dia,
não queiram reconhecer os dividendos que, outrora beneficiou esses setores com
as políticas públicas, em especial na educação, que, a priori, levou esses
setores a se aprofundar nos graus mais elevados, mestrado e doutorado; sem se
falar na graduação, essa, chegou também às classes C e D que, naquele momento, não
atrapalhava as pretensões da classe médio-alta, pelo fato de, essas não serem
atingidas, até então, pela grande crise do capital mundial, iniciada nos Estados
Unidos, chegando a Europa, Ásia, até chegar à América Latina.
Tendo acesso ao conhecimento, ao mercado de
trabalho e ao consumo, esses setores mais abastados e formadores de opiniões,
embora incomodados com os avanços, que chegaram também as classes C e D, que,
também tiveram acesso ao ensino superior, especialmente, à graduação e a
especialização. Mas, com o agravamento da crise e a consequente perda
aquisitiva e acirramento competitivo do mercado de trabalho, a classe
médio-alta, em especial, se viu decaindo o seu padrão de consumo e emprego,
tornou-se ativa no sentido de críticas as políticas públicas de inclusão das
classes C e D, chegando também a E, incentivando a volta do conservadorismo, em
especial, advindo das religiões protestantes e de grupos neofacistas presentes
em vários setores, influenciando, inclusive, jovens das classes C e D.
Destarte, a classe E, essa até então, marginalizadas, foi beneficiadas com os
programas sociais, como a Bolsa Família, moradia popular e demais políticas
públicas, advinda do modelo Kerneisiano, presentes nos governos petistas de
Lula e Dilma.
É fato também, que essas
políticas públicas do estado de bem estar social kerneisiano, ajudou em muito,
a tirar o país de um modelo altamente concentrador de rendas e benesses para pouco,
para um país em melhoramento nos índices sociais, refletindo no mundo todo.
Destarte, com a chegada da crise
em um momento crucial, período eleitoral, tendo o governo da então presidente
Dilma, ser compelido a omitir dados da crise para não perder a reeleição, despertou
os interesses golpistas de uma oposição ávida para retornar ao governo e tendo
sido derrotada nas urnas, essa, a oposição, tendo em Aécio Neves e Temer os
seus ícones, entre outros, se aproveitaram do momento, beneficiados pelo momento
de perda de poder aquisitivo da classe médio-alta, incentivou-a irem para as
ruas, juntou a tudo isso, os avanços das investigações da “Operação Lava-jato”,
para desgastar ainda mais o governo petista e preparar o golpe parlamentar.
É fato também, que grande parte
dos que preconizaram o golpe parlamentar, eram até então, falsos aliados dos
governos petistas que, depois de três derrotas nas urnas, deixou o modelo socialista
de lado e passou a defender o modelo social liberal kerneisiano, ou seja, não
mexer no macro economia, essa continuou nas mãos dos grandes empresários dos
setores industriais, agronegócio e banqueiros e implementou políticas sociais,
pagas com altos impostos pela classe médio-alta, beneficiando as classes D e E.
O resultado de tudo isso, foi o
acirramento, com o aumento da crise, as diferenças entre as classes. A alta
burguesia, essa continua imune aos altos impostos, à perda de poder aquisitivo
das classes pormenores, em especial, a média que, elegeu as classes D e E como responsáveis,
distribuindo o ódio, o preconceito, apoiando o golpe parlamentar e se aproximando
de políticos e religiões conservadoras e oportunistas, como o deputado
neofascista JAIR BOLSONARO.
Por outro lado, vemos um judiciário
omisso, perseguindo os “supostos inimigos”, na luta de classe e privilegiando
outros, quando se esperava que estivessem do lado da lei para todos, que não é
o caso. Vemos membros da mais alta corte, STF opinar e proteger políticos
corruptos, como cidadão comum os fosse. Mas, esperar o quê de membros da corte
maior, indicados por esses mesmos políticos corruptos e com relações promiscuas
com os mesmos!
Por fim, vemos hoje em dia, quase
todos os partidos políticos, com raras exceções de PSOL, PCB, PSTU e PCO, os
demais todos envolvidos em corrupções passiva, ativa, crimes comuns,
financiamentos escusos de campanhas e todos os tipos de relações promiscuas não
republicanas. Fato esse, comum na nova republica, lembrando que, os líderes
desse antro, vem do regime militar pós 64, como os senhores Sarney e família,
Jader Barbalho, Collor, Maluf, Calheiros, Newton Cardoso e família, ACM e família
que fizeram escola e deixaram ramificações até os dias atuais.
Uma reforma política seria, feita
por pessoas serias, coerentes e com um pouco de ética, poderia nos dar novos
rumos. No entanto, a reforma política que está sendo delineada por esses mesmos
que hoje lapidam a rés pública, imorais, corruptos, canalhas e todos os tipos
de adjetivos pejorativos, só vai manter os status quo deles e nada mudará, é só
ver a tal lista partidária, proposta pelos líderes dos partidos achacadores e
com simpatia até de setores da esquerda famigerada. Financiamento público de
campanha já, pois, assim, todos os setores da sociedade poderão ter a chance de
se elegerem e de se ter igualdade nas relações republicanas e na política, do
contrario, haverá sempre a concentração de poder nas mãos das elites, dos
corruptos em detrimento da maioria da população. E o povo, esse, o povo, não
consegue enxergar de fato, no mundo político e econômico do país, o que de fato
acontece. Portanto, em 2018, muito provavelmente, reelegerão os mesmos que lá
estão e o ciclo de corrupção e canalhice continuará.