quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O QUE É EDUCAÇÃO
Por jeorge Cardozo
Parafraseando Kant a educação é ou devia ser à saída do estudante de sua menoridade intelectual, da qual, suponhamos ser ele o próprio culpado. Menoridade intelectual é a incapacidade que os nossos jovens tem de fazer uso da leitura interpretativa sem a condução de um professor. A inércia na leitura, juntamente com um paradigma educacional ultrapassado são os culpados dessa mediocridade na hora de interpretar um texto. E a sua incapacidade de entendimento reside não na falta do que ler, mas na falta de resolução do problema descrito na leitura, só entendido com a condução de outro. Tenha coragem de usar seu próprio entendimento!” Esse é o lema da leitura.
Preguiça, pouca leitura, comodismo, covardia na política educacional nacional são as razões pelas quais uma tão grande parcela da juventude, seja no ensino regular, seja no ensino superior permanece na menoridade intelectual mesmo depois de está com o diploma nas mãos; e essas são também as razões pelas quais é tão difícil para o país aumentar a sua capacidade tecnológica, industrial, política e social. É cômodo para todos. Tem-se um professor que substitui minha capacidade de entendimento, um padre/pastor espiritual que tem uma explicação transcendental para os seus problemas, um médico que decide sobrea minha dieta e assim por diante, não preciso me esforçar. Não preciso pensar, tem quem pensa por mim, se puder pagar; se não posso pagar, siga a dialética alienante expressa pela mídia popular.
Que a passagem à maioridade intelectual seja tida como muito difícil e perigosa para os detentores do sistema burguês capitalista deve-se a que os nossos jovens, de bom grado, aceitam tal paradigma. A classe dominante política e economicamente domesticam o seu gado, e certificam-se de que essas criaturas plácidas não ousarão dar um único aí, sem seus cabrestos; em seguida, os guardiões da moral e dos bons costumes, presentes nas diversas seitas religiosas lhes mostram o perigo que as ameaças subversivas são para os jovens. Na verdade, esse perigo não existe, pois, jovens alienados e analfabetos funcionais, não tem a capacidade de abstração crítica para entender as nuances nocivas por trás da ideologia dominante. Suponhamos que, após algumas quedas, as pessoas aprendem a andar sozinhas, sem a tutela de outrem. Mas cair uma vez as intimida e comumente as amedronta para as tentativas ulteriores.
É muito difícil para esses jovens isoladamente saírem da menoridade intelectual quando a ideologia burguesa dominante tornou-se parte de sua natureza.
Mas que os jovens se esclareçam por si mesmo é muito perfeitamente possível; se lhe for assegurado os mecanismo críticos e a sua liberdade de expressão e de luta, é quase certo que isso ocorra. Sempre ao meio do joio do trigo há sementes boas, mesmo entre as grandes massas, que, depois de terem-se libertado da menoridade intelectual e crítica, disseminarão o espirito critico revolucionário tanto de sua própria existência, como da sua capacidade dialética de transformação histórica. Mas note-se que mesmo os jovens, que de inicio foi reduzido à tutela por seus guardiões revolucionários, tem dificuldade de inserção na luta transformadora. Isso mostra que não é nocivo semear a crítica ao paradigma alienante que nos é imposto como verdade imutável; mais tarde, apenas lentamente os jovens podem alcançar a emancipação intelectual e crítica. Talvez a destruição desse modelo educacional alienante e da opressão intelectual juvenil possa ser realizada pela revolução educacional crítica, mas uma verdadeira reforma com a participação popular e, principalmente, com a participação ativa da juventude, opinando e falando dos seus anseios. Eis o paradigma educacional que almejamos.

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