Por Jeorge Luiz Cardozo
A desarmonia que envolve o mundo religioso na contemporaneidade é um
conflito grave, gente, e diz respeito a alguns conflitos internos relacionados
à sua forma de vivenciar o mundo. É possível que, neste momento, você venha a
questionar mais a sua vida espiritual, percebendo de forma mais intensa as suas
insatisfações a cerca da desarmonia provocada no mundo, relacionadas às
religiões. Mas o problema neste período é que, de nada adiantará muito pensar,
pensar e pensar e não fazer nada. O excesso de seitas e religiões neste momento
não melhora a sua vida, muito menos da humanidade, e pode até torrar a
paciência alheia, se você ficar falando demais sobre isso. Uma tendência
natural deste momento é ficar fazendo "discussão estéril sobre o tema",
quando se está praticando uma dessas crenças, e nem sempre são discussões que
levam a algum lugar.
Diz-se, inclusive, que após dez minutos de conversa, é provável que o
foco do assunto seja perdido, e aí as pessoas passam a discutir milhões de
coisas outras, liberando traumas e coisas que não têm nada a ver com a relação
em si e muito menos com a existência ou não de um Deus, capaz de suprir a
necessidade humana de perfeição e de tudo resolver por ele, já que grande parte
da humanidade atribui a falta de fé Nele, em Deus, os seus fracassos, agonia,
má sorte e tudo mais... Esquecem que, quando veio ao mundo, a natureza já lhes
deu o poder do sucesso ou do insucesso e é você o responsável por essa escolha
em parte e a outra parte, vai depender do que o sistema vai fazer de você.
Portanto, Deus pode lhe ajudar espiritualmente a ter vontade de sair ou ficar
nessa mesmice e não fazer milagre de você enriquecer sem trabalhar ou roubar,
isso mesmo, roubar. 90% dos ricos enriqueceram roubando os outros, seja com
roubo institucionalizado, dentro da lei, como a mais-valia, por exemplo, ou
roubo direto como fazem grandes empresários, políticos enfim...
No atual momento, o Papa Francisco, em tempo, tem aberto a discussão
dentro do clero católico, a relevância de se discutir os temas contemporâneo da
humanidade, como diversidade de gênero, aborto, ciência, casamento entre sexo e
tantas outras questões importantes que o Clero Católico, tão conservador nas
suas entranhas, tem escondido, ou melhor, dizendo, proibindo e ocultando nas
entranhas do Vaticano.
Que esse papa é pop, ninguém tem duvida disso e sem ser político, tem
tratado o tema político de frente. Ele, o papa Francisco tem que encarar essa
pouca vergonha entranhada no clero católico aqui no Brasil e na América do Sul,
esse tal de grupo político infiltrado no catolicismo, chamado de “Renovação
Carismática”, ligado à direita e ao liberalismo, criado pelo então papa João
Paulo II, para combater outro movimento chamado de “Teoria da Libertação”, de
ideologia de esquerda e ligada às massas. Ao contrario de João Paulo II, que,
era simpatizante do capitalismo e das classes média alta, Francisco tem se mostrado
um papa mais ligado aos humildes e com características mais modernas e
avançadas, em relação aos principais temas que aflige a humanidade na contemporaneidade.
Em um momento de retrocesso nas ideologias, preconizado pelas crises cítricas
e propositais do capital, termos um papa com essa coragem de enfrentar temas polêmicos
e de caráter populares é no mínimo, de se parabenizar a sua atitude. Em
verdade, a igreja católica de há muito, precisava de um balanço nas suas
ideologias, ainda com muito reflexo da Contrarreforma e do Índex.
O mundo tem sempre momentos de evolução e de retrocesso, alimentado pelo
vai e vem da economia de mercado, com reflexo direto e proposital na forma de
se ver o mundo e de interpretá-lo. Dominador dos meios de divulgação de ideias,
o capital direciona as ideias, religião, ciência e tudo mais as seus interesses
momentâneos.
Portanto, manter a resistência contra essa insensatez ideológico da
logica reducionista, desumana e corrupta do capitalismo preconizada na sua
falsa democracia é tarefa de todos os entes que, contrariamente a essa minoria “hipócrita”
que, se acha dominadora é o termômetro natural da resistência que buscamos.