Por Jeorge Cardozo
O conceito de classe social A, B,
C, D e É, é o elemento mais ostensivo de uma ideologia que nos envolve e nos
educa nos princípios do mercado ideológico capitalista; é a expressão de uma
ideologia que inculca nas nossas cabeças aquela mentalidade distorcida, por
exemplo, quem está na classe É, estão localizadas as margens da sociedade, ou
seja, nada têm; quem está na classe D, compra uma moto ou um carro usado e
passa a se comportar como se na classe C estivesse; quem está na classe C,
compra uma casa ou um AP., mais um carro popular financiado e passa a se
comportar como se na classe B estivesse; quem está na classe B, disputa com a
classe A, os espaços nas melhores universidades, mercado consumidor, em fim, é
o Lupo proletariado, ora está lutando ao lado da classe A, pelos seus
interesses, ora está lutando ao lado da classe C, de acordo as suas convicções
imediatas, são os eternos “traidores”; já a classe A, que forma a classe
dominante economicamente e ideologicamente, cria uma ideia de mundo de acordo
as suas conveniências que, logo, é seguida pelas demais, como se rica fossem,
ou como se lá vai chegar.
Os instrumentos eficazes de
discriminação dessas ideologias dominantes estão presentes nos meios de
comunicação de massas, como TV, rádio, jornais, revistas, cinema, teatro e etc.;
e, também, nas religiões, nas leis, nas escolas, na concepção de mundo em
fim...
A ideologia que se manifesta no
dia a dia, afinal, aumenta as nossas tensões internas, porque nos dificulta no
entendimento da luta de classe e passamos a acreditar no falso consenso de que,
todos que se esforçarem vão obter sucesso na vida, ou seja, camufla toda a
realidade do sujeito que, passa a não mais pensar como sujeito crítico,
tornando-se um alienado social, incitando à mentira, gerando a hipocrisia. Por
sua monstruosa unilateralidade, a ideologia alienada dominante, cria a imagem
distorcida do vitorioso, que ela nos obriga a exibir, empobrece o nosso
conhecimento de nós mesmos e da realidade conjuntural, prejudica gravemente a
sinceridade da nossa autoanálise e falseia uma ideia de mundo, onde o
individualismo se sobrepõe ao coletivo, tornando o mundo mais luta do que luar
para todos.
O bom seria se criar uma
sociedade dos iguais, sem classe. A classe dos desclassificados. Onde homens,
mulheres, crianças, natureza e todos os seres se relacionassem com respeito
mútuo e com ações coletivas de interesse de todos, por todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário