quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

NOSTALGIAS DE AMOR

Por Jeorge Cardozo

Começo a arrepender-me deste amor. Não que ela me canse; eu não tenho nostalgias adolescentes de quem pulou fase, e, realmente,  só expilo suspiros acordados dos desejos escaldantes da segunda idade, explicitos no desejar, pegar, acariciar... boca, lábios, seios, pernas, bunda... bunda que não canso em tocá-la, de monte não ouso chamá-la; na eloquência dos desejos latentes... penetrando as minhas mãos por sua entranha molhada pelos desejos escondidos de mulher perdida na sua solidão, abandonada por falsos amantes. Mas o teu amor é enfadonho, não tem cheiro de excreção vaginal, traz certa contração paralisante, vício indelevel da imensa morosidade, ínfimo, porque o maior defeito deste amor és a tua imobilidade nostálgica do "Príncipe Encantado", que a muito, não mais existe. Tu não têm pressa ao balanço das horas, tu amas as nostalgias de um passado que não mais volta, o estilo lento e paralisante no horizonte flora... e quando ela acordou das suas nostalgias adormecidas, a própria natureza já os tinham levados os seus sonhos de amor perfeito, pois, a natureza é uma propriedade inexorável, não perdoa, leva, distantemente, poderosamente, utilmente...

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