por
Jeorge Cardozo
As transformações históricas não decorrem apenas da necessidade
que os homens têm de melhorar suas condições materiais de existência. Os homens
questionam também as relações sociais e sua organização política. Buscam
respostas para suas dúvidas, querem entender melhor os mistérios da natureza.
Em qualquer sociedade existem concepções de mundo baseadas em valores morais,
costumes, sentimentos, inquietações religiosas ou científicas e descobertas
materiais que mostram a luta para viver e superar as dificuldades que surgem.
Os
tempos atuais foram um período histórico pleno do certo domínio na política, da
famigerada democracia burguesa, em especial, no ocidente, mas, o que se ver hoje,
é uma democracia envelhecida nas suas práticas ideológicas, explicitada na
tentativa de aprimorar o modelo capitalista, mas, destarte, até a presente
data, não conseguiu e não vai conseguir dar resposta a sua grande concentração
de riquezas e poderio militar bélico para poucos e miséria e violências para as
maiorias. Digo isso, ao ver o grande crescimento da intolerância, violência,
fome, desemprego, concentração de renda, falta de esperança que, tem fomentado
o ódio e o crescimento do terrorismo nos países periféricos e da extrema
direita nos países centrais, berço do capitalismo como Estados Unidos,
Alemanha, Inglaterra, França e até na Turquia, com ramificações em outras
nações periféricas, vimos isso, também, aqui no Brasil, durante os protestos pró-impedimento
da presidente Dilma, a presença das lacraias da extrema direita, presentes.
Nos
noticiários, em toda parte do mundo, vemos as mesmas caras já envelhecidas dos políticos
e nada de renovação ideológica, ao contrario, vemos as mesmas ideias e
discursos ultrapassados que tem nos levados ao caos. O que acontece hoje com os
problemas dos imigrantes na Europa, violência urbana, terror, falta de
perspectiva da juventude, são reflexo direto do fracasso desse paradigma
político, econômico e social delineado pela fracassada democracia burguesa
vigente, que, a priori, não tem demostrado caminho seguro para o seu enfrentamento
e solução.
Os
seus ideólogos acham que vão resolver a problemática com criação de novas
legislações e com o uso exacerbado da coerção, mas, não vai, pois, violência
gera violência, é só vermos o que está acontecendo em todo o mundo na
atualidade. Ou seja, não se ver mais a cara da militância nova que, tanto
orgulho nos deu nos movimentos políticos e sociais do inicio do novo milênio. E
o pior de tudo, é que, ao vermos os noticiários, vemos nesses movimentos de
extrema direita e do terrorismo, a presença maciça de jovens desiludidos com o
paradigma capitalista vigente e buscando nos braços do terror, respostas para
as suas inquietações. Isso explica, em parte, o aumento da violência, da intolerância,
do radicalismo, do racismo, da homofobia, da violência contra as mulheres,
minorias e etc.
Que
o capitalismo é um modelo nefasto de concentração de renda e opulência para
poucos, é fato. Também é fato que a sua fracassada democracia não tem e não
aparenta ter resposta para o mal criado por ela, mas, que por outro lado, o seu
aparato ideológico de dominação é difícil de ser combatido, também o é. Ainda
que o crescimento da informação tenha nos ajudados, os mecanismos e o poder econômico
deles são maiores e mais eficazes do que o nosso. Tendo em vista os seus domínios
econômicos, políticos, legislativos, judiciais e midiáticos, nos tornam, uma
pequena agulha no palheiro, lutando contra o grande dragão faminto por poder e
dinheiro.
Chegam
a ser patético vermos nos comícios de Trump nos Estados Unidos, àquelas
mulheres vestidas de peruas e pintadas como se fossem a Barbie, com os seus
rostos esticados por cirurgias plásticas. A eleição deste transloucado
fanfarrão mega-milionário americano, representa o aumento ainda maior de todos
os males descritos nesse texto.
Ainda
que a eleição de Hillary não seja o modelo ideal, representa uma inovação na
política da velha e fracassada democracia americana, a eleição de uma mulher
pela primeira vez.
Esse é o momento dos partidos de esquerda como
PSOL, PSTU, PCB e outros, se constituírem como alternativa clara de defesa dos
trabalhadores, das minorias, das mulheres, da juventude e criarem um plano de
governo incomum, capaz de atrair a juventude e esses setores marginalizados
que, nesse momento de inflexão da democracia burguesa, tem procurado na extrema
direita e no terror, respostas para as suas inquietações.
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