sábado, 10 de dezembro de 2016

-A LEITURA E A DIVULGAÇÃO DESSE TEXTO INTERESSAM A TODOS!

Por Jeorge Cardozo*

A discussão a cerca dos problemas político, econômicos, social e moral no Brasil no momento, perpassa pelo entendimento dos fatos e das ideologias por trás das verdades e inverdades de tais acontecimentos, talvez a maioria das pessoas as considere que só os sujeitos envolvidos diretamente om essas questões deveriam se ocupar com seu estudo e entendimento, e não os sujeitos comuns, assim inclusos, trabalhadores braçais, técnicos, pequenos intelectuais que, com formação acadêmica direcionada apenas para a reprodução e execução das atividades por menores direcionados pelo corpo diretivo das empresas e longe das discussões estratégicas.

Ao contrario, defendemos a ideia de que a iniciação ao entendimento da politica e da economia não só é necessária como também deveria ser obrigação do ponto de vista de humanização e desalienação do sujeito, por ser muito importante para a formação integral do sujeito critico e entendedor das nuances colocadas pela ideologia da dominação presente nas entranhas do sistema capitalista na atualidade, assim, como o foi também, nos demais sistemas posteriores, escravistas, feudal e nas nações que, tem na religião, normas concorrentes com a política. Porque, ao estimular a elaboração do pensamento abstrato e concreto desses temas, a ciência politica ajuda a promover a passagem do sujeito analfabeto politico para o sujeito critico cidadão. Se a condição do amadurecimento está na conquista da autonomia no pensar e no agir concretamente, muitos cidadãos permanecem na inercia alienada da média e grande mídia quando exercitam desde cedo o olhar não critico sobre si mesmos e sobre os problemas da sociedade.

Vamos a um exemplo claro dessa manipulação da mídia na interpretação de fatos: quando começou em meados de 2015, os protestos de ruas contra a presidente Dilma, a mídia e os setores golpistas se reportaram como ação da democracia e se construiu um consenso que, para que a crise desacelerasse era necessária a saída da presidente. Criou um “mito” de que, todos os malem na politica, na economia, na corrupção era resultado da chegada do PT ao poder, dessa forma, fez o povo alienado e dirigido por essa mesma mídia golpista burguesa, esquecerem tudo de bom que os governos petistas tinham realizados: bolsa família, Pré-sal, minha casa, minha vida, mais educação, Fieis, ProUni, mais universidades e centros federais, fortalecimento do MERCOSUL, Brics, fim da dívida com o famigerado FMI e etc.; criando dessa forma, um falso consenso que a derrubada da presidente salvaria o Brasil e iria chegar a bonança para todos. Pois não, o que vemos é um presidente incompetente, corrupto, mister Temer, cercado por auxiliares todos corruptos e respondendo por diversos processos, pelos menos uns cinco deles já caíram em menos de 6 meses de governo e outros balançam, reformas que atingem diretamente todos os trabalhadores, aposentados, pobres, estudantes carentes; uma reforma da previdência social que só mexe com os mais pobres; uma reforma educacional que vai deixar os jovens ainda mais alienados e direcionados ao tecnicismo profissional e fora da verdadeira cidadania ao flexibilizar os estudos de ciência humanas como filosofia e sociologia, aumentando o número de jovens “semoventes”, apenas direcionados aos serviços técnico e sem acesso ao conhecimento de causa, efeito e consequência dos fatos que os cercam, direcionando ainda mais para o conhecimento fragmentado e alienante dos meios de comunicação de massas; é só vermos a famigerada Rede Globo, Record, SBT, Band e etc., ao se reportar as mudanças na previdência social que, mexe diretamente com os nossos futuros na velhice: diz a todo momento que essa reforma é necessária e se não for feita, todos no futuro irá ficar sem ela. De fato, isso é verdade, mas, eles não dizem que o futuro da previdência é de responsabilidade politica e dos políticos que, desde o tão festejado e irresponsável presidente Juscelino Kubistchek que, no inicio da década de sessenta, utilizou do superávit da previdência para erguer a capital federal, Brasília, torrando o dinheiro da previdência social por lá e depois com as aposentadorias milionárias pagas aos altos funcionários públicos, políticos, judiciário e todas as classes dominantes e o povão que, agora vão pagar as contas sozinhas? Ruim com o Lula e o seu PT, pior sem eles... É verdade que o povão precisa olhar com bons olhos os partidos que os defendem de fato em Brasília como PSOL, PSTU, PCO, PCB, de parte do PT, do PCdoB, PDT enfim... Deve também, exorcizar partidos achacadores como PSDB, PMDB, PSB, PR, PP, PRB, PSC, SD, PROS, PTB, PTN, PT do B, entre outros, que estão a serviço da roubalheira “Centrão”, da “sacanagem” com os pobres, trabalhadores, aposentados  e etc. São esses que compram nossos votos e depois nos traem em Brasília. Portanto, fique de olho, meu povo.

Portanto, o estudo e a participação política de todos, torna-se necessária para construirmos um país melhor para todos, porque não se pode pensar em nenhum homem que não seja solicitado a refletir e agir. Isso significa que todo homem tem (ou deveria ter) uma concepção de mundo, uma linha de conduta moral e política, e deveria atuar no sentido de manter ou modificar as maneiras de pensar e agir do seu tempo e na politica não é diferente. O entendimento da politica como práxis de todos oferece condições teóricas para a superação da “consciência ingênua” e o desenvolvimento da “consciência critica cidadã”, pela qual a experiência compreendida, isto é, em um saber a respeito dessa experiência no campo da politica e da economia do seu país e do mundo.

Em última analise, cabe ao “bom cidadão” fazer a critica da cultura da alienação midiática. Só assim será possível desvelar as formas de dominação que se ocultam sob o convencionalismo, o consenso burguês, a alienação e a ideologia.

No entanto, bem sabemos que uma das características dos Estados capitalistas, 99% deles, autoritários é impedir o entendimento aprofundado da ciência politica, filosofia, sociologia e silenciar a critica. Só quando lhes convém, como foi recentemente, para legitimar o golpe e agora, para legitimar as reformas politica, e econômica conservadora, a fim de garantir os seus status quo e a obediência passiva do cidadão que eles utilizam da divulgação midiática em massa. Isso já aconteceu no Brasil com o “fora Collor” quando, se utilizaram das “massas” e depois que tomaram o poder com FHC, privatizou tudo, entregou tudo ao capital estrangeiro e nacional como agora quer fazer o golpista Temer, esvaziar o ensino superior, tirando o acesso das classes C, D e E, (essa ultima, nunca teve acesso) em detrimento das classes A e B.

Por isso, qualquer que seja a atividade profissional futura ou projeto de vida, enquanto pessoa e cidadão, o sujeito precisa da reflexão sadia sobre a politica e a economia para o alargamento da consciência critica, para o exercício da capacidade humana de se interrogar e para a participação mais ativa na sociedade em que vive.

Portanto, tenho quase dois mil amigos na Rede social, se cada um compartilhar esse texto, ele chegará a milhares de pessoas e aí, você estará ajudando na informação e esclarecimento do que acontece no país, no atual momento de crise.

Veja mais em: http//:blogdocardozo3333.blogspot.com/sustentabilidadeemrede

*Jeorge Luiz Cardozo é graduado em filosofia e mestre em políticas públicas e desenvolvimento local sustentável.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

-Friedrich Engels e as ciências da natureza

Friedrich Engels e as ciências da natureza
OLIVAL FREIRE JR.*PUBLICADO EM 01.11.1995
Especialista que dominava a cultura científica de seu tempo, o companheiro de Marx fundamentou a visão dialética do conhecimento científico.
     
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A melhor forma de homenagear os que desapareceram é investigar o significado de sua obra (sua ação e reflexão) para os dias atuais. Trata-se de um clássico, de uma obra perene na história da civilização, ou de obra efêmera, transitória? Da vasta reflexão de Engels quero destacar para exame o tema das suas análises sobre a ciência da natureza e a matemática. Essa escolha carrega, sem dúvida, um viés profissional, mas traz a vantagem de singularizar a contribuição de Engels na vasta obra elaborada em conjunto com Karl Marx, sendo também tema de grande relevância nas sociedades contemporâneas. Ciências da natureza eram preocupação comum entre Marx e Engels, mas era maior a especialização de Engels nessas questões, exceto no caso das matemáticas. Essa singularidade da contribuição de Engels é fato conhecido pelo próprio Marx, que diversas vezes referiu-se em cartas, entre 1873 e 1883, ao valor teórico do projeto de Engels de escrever uma obra sobre a dialética e as ciências naturais (1).

Examino, de início, as motivações que levaram Engels e Marx a dedicarem tanta atenção ao desenvolvimento das matemáticas e das ciências da natureza. A leitura do conjunto dos fragmentos de suas correspondências versando sobre o tema, bem como de suas obras publicadas, nos permite destacar duas motivações, pela sua atualidade. Há, nessa obra, toda uma preocupação com a análise da influência das “visões de mundo” – preocupação expressa nitidamente na Dialética da natureza de Engels. Trata-se claramente de uma preocupação com dimensão filosófica, e também social, das ideias científicas. Note-se que uma preocupação com a dimensão filosófica das inovações científicas atravessou todo o século XX, sendo inclusive uma preocupação academicamente bem definida. Uma preocupação com a dimensão social das ideias científicas esboçou-se nos anos 30 com os trabalhos de marxistas como Hessen e Bernal e de sociólogos não marxistas como Merton e Weber, mas só adquiriu carta de cidadania acadêmica no pós-Segunda Guerra.

A outra motivação, de imensa atualidade, diz respeito à influência das inovações científicas na produção material. Marx preocupa-se especialmente com a influência da química na agricultura e com a possibilidade de transmitir energia elétrica com altas tensões a grandes distâncias. Observa-se também que foi exatamente no curso do século XIX, em especial na segunda metade, que, pela primeira vez na história, teorias científicas foram aplicadas à produção, configurando o que chamamos de tecnologia para distinguir das técnicas onde não há essa aplicação consciente de princípios científicos. As indústrias química e elétrica estão entre as primeiras beneficiadas por essa interação.

Apenas para realçar essa característica inovadora, é bom lembrar que a revolução industrial, tendo a máquina a vapor como carro chefe, não foi antecedida pela ciência; pelo contrário, o surgimento da disciplina termodinâmica pelas mãos do engenheiro francês Sadi Carnot, no inicio do século XIX, sucedeu ao uso em larga escala da máquina a vapor. Desnecessário frisar, neste final do século XX, a contemporaneidade do papel da ciência na produção dos bens materiais. A luta política em curso no mundo, e nesses dias no Brasil em particular, em torno da questão das patentes, nos diz claramente que ninguém subestima esse papel da ciência. As reflexões engelsianas sobre as ciências da natureza são, portanto, atuais, e por isso clássicas, por se tratarem de reflexões sobre os problemas atuais, contemporâneos. Resta agora examinar o valor intrínseco dessas reflexões. Mas, antes, comento algumas razões mais conjunturais que levaram Engels à sua preocupação com as ciências da natureza.

Marx e Engels buscaram apoio nas novas aquisições científicas nas ciências da natureza para os conceitos e teorias que haviam elaborado sobre o desenvolvimento da sociedade capitalista. Marx, ao ler A origem das espécies, de Darwin, escreveu para Engels: “neste livro se encontra o fundamento histórico-natural de nossa ideia (2). Não se trata, contudo, de uma perspectiva positivista de estender para a sociedade categorias e métodos próprios das ciências da natureza (no sentido da “física social” comteana), mas, sim, de buscar apoio em outras disciplinas científicas para os conceitos sobre a sociedade, já elaborados com metodologia própria. Trata-se de uma busca de implicações filosóficas mais amplas, decorrentes de certos resultados das ciências da natureza. A posição de Engels sobre a relação ciências da natureza e ciências da sociedade está bem expressa na carta de Engels para Marx (3) onde ele analisa a pretensão de Podolinski, darwinista e socialista ucraniano, de extrair lições das ciências da natureza para a luta pelo socialismo. Após analisar o conteúdo concreto dos problemas postos, Engels concluiu:

“Podolinski, partindo desta descoberta muito valiosa, se extraviou por caminhos equivocados porque esteve tratando de encontrar na ciência da natureza uma nova demonstração da verdade do socialismo, e com isto confundiu a economia com a física”.

Outra razão para a atenção devotada às ciências da natureza foi combater a influência, crescente na segunda metade do século XIX, de associação entre ciências da natureza e um materialismo de tipo mecanicista ou mesmo vulgar. Os porta-vozes dessa identificação eram muitas vezes membros atuantes do próprio movimento socialista, como Büchner, ou então acadêmicos que se pretendiam socialistas, mas divergiam em questões essenciais das formulações engelsianas e marxianas, como Dühring. Foi essa motivação propriamente militante que levou Engels a escrever o Anti-Dühring e a iniciar os estudos sobre a pretendida obra Dialética da Natureza, inconclusa devido ao seu envolvimento com a edição de O Capital, após o desaparecimento de Marx, em 1883.

Com isso, considero infundada a tentativa de certos autores de ver nas preocupações de Engels com as ciências da natureza uma influência positivista, como se Engels, e mesmo Marx, buscassem legitimar as conclusões de seu estudo nas sociedades nos êxitos das ciências naturais, transpondo destas últimas conceitos, teorias e métodos para o estudo da sociedade. No desenvolvimento do marxismo, contudo, cristalizaram-se significativas influências positivistas, indo-se ao ponto de ir buscar nas ciências da natureza (especificamente no materialismo dialético) o fundamento para o estudo da sociedade (materialismo histórico) (4). Não se pode, contudo, encontrar, no próprio pensamento de Marx e Engels, raízes teóricas para essa tendência. No Brasil, no início dos anos 80, essa questão foi levantada por Adelmo Genro Filho que, pretextando a crítica a tendências naturalistas no seio do marxismo, em especial no Materialismo dialético e materialismo histórico, de Stalin, considerou Engels o responsável teórico pelo que denominou de “dogmatismo naturalista”, propondo-se a tarefa de escrever o que chamou de Anti-Engels. A ausência de fundamento para uma tese dessa natureza foi muito bem demonstrada em resposta esclarecedora de Caio Navarro de Toledo, intitulada, significativamente, O anti-engelsismo: um compromisso contra o materialismo (5).

Muitos pensadores marxistas têm, ao longo de todo o século XX, valorizado as reflexões de Engels sobre as ciências da natureza como estudos que estabeleceram uma dialética da natureza. Defendem esse estudo engelsiano pelo seu lado ontológico, isto é, pretendem que Engels teria demonstrado que as leis e categorias dialéticas operam na própria natureza, logo operam também na sociedade e no pensamento. Acredito que tais tentativas procuram o valor desses estudos pelo lado errado, ou, pelo menos, pelo seu lado mais controverso, e deixam de lado o valor maior dessas reflexões, que considerou inquestionável. Tal valor está presente na sua dimensão epistemológica, isto é, enquanto análise crítica do conhecimento científico existente. Deter-me-ei, mais adiante, nesse último aspecto, mas quero antes tecer alguns comentários sobre aquela dimensão ontológica.

O projeto de Engels – fundar a dialética na natureza, ou nas ciências da natureza – é um projeto que tem coerência lógica em termos de unidade e economia do pensamento. A dialética hegeliana era consistente porque se tratava de uma dialética do pensamento, dos conceitos, sendo a realidade material (que, para os materialistas, tem existência independente dos conceitos), para Hegel – expressão do idealismo clássico alemão – uma realização do espírito; logo, das ideias. Para se compreender melhor a consistência da formulação de Hegel, é bom lembrar que ele se voltou contra a pretensão universalizante da mecânica newtoniana, por perceber conflitos entre a dialética e certas visões subjacentes àquela disciplina científica. É bem verdade que fez isso sem muito êxito. Quando Marx busca preservar o núcleo racional da dialética hegeliana, mas considerando que “o ideal não é senão material transposto e traduzido no cérebro humano” ( Marx, O Capital, posfácio da segunda edição), fica colocado o problema de evidenciar o núcleo racional hegeliano no material, e não mais no ideal. Marx e Engels resolveram esse problema com êxito, se considerarmos o material como a história, em especial a história das sociedades humanas. Resolver esse mesmo problema considerando natureza e sociedade era algo inscrito na lógica teórica do programa de Marx e Engels.
Foi também, e nunca será demais frisar, uma tarefa que Marx não chegou a enfrentar, e que Engels deixou inacabada. É também tarefa não isenta de problemas, inclusive teóricos.

“Evidenciar os princípios da dialética na natureza ainda é um projeto aberto”

A principal dificuldade, a nosso ver, é que a busca de princípios dialéticos na natureza passa, obviamente, pela investigação desses princípios nas teorias das ciências da natureza. Dificuldades para identificar esses princípios na formulação dessas teorias sempre poderão ser atribuídas ao insuficiente desenvolvimento da própria ciência. É o caso, por exemplo, da lei da dialética da negação da negação, difícil de ser evidenciada, mesmo em teorias bem estabelecidas. Além disso, muitos cientistas contemporâneos argumentam que o coroamento de uma teoria física só ocorre quando tais teorias são axiomatizadas, e axiomas não são, seguramente, os melhores meios para evidenciar princípios dialéticos. Observe-se, nesse sentido, posição de Michel Paty em polêmica com Mario Bunge, quando o primeiro argumenta que Bunge procura a dialética no local errado, nas teorias axiomatizadas – e, como não a encontra, refuta a dialética nas ciências da natureza – quando os aspectos dialéticos foram evidenciados no estudo, ainda recente, do processo de produção das novas teorias (6). Nesse sentido a atitude teórica razoável é considerar o projeto engelsiano de evidenciar os princípios da dialética operando na natureza como um problema aberto ainda hoje, bem menos elaborado do que dialética hegeliana e dialética marxista (materialismo histórico). Penso que as leis da dialética, como enunciadas por Engels, na Dialética da natureza, não podem ser tomadas pelos marxistas como obra acabada, mas como simples ponto de partida para o desenvolvimento da própria dialética (7).

“Insights de Engels prenunciaram as teorias do nosso século sobre a natureza”

O valor atual da reflexão de Engels em Dialética da Natureza deve ser buscado na condição de uma reflexão filosófica sobre a natureza como a conhecemos pelas teorias científicas. Logo, é também reflexão sobre as próprias teorias científicas. É, portanto, epistemologia, compreendida esta última como crítica do conhecimento científico existente. Epistemologia não pode ser identificada à gnosiologia enquanto teoria do conhecimento. Essa última é um problema filosófico mais vasto que, contudo, pode ser instruído pela análise crítica das teorias científicas existentes. Nessa direção, a epistemologia compõe com outras disciplinas (metodologia, história, sociologia) um campo interdisciplinar próprio, só constituído no curso deste século, que permite a análise crítica multilateral do fenômeno ciência moderna. A epistemologia é essencial para a história das ciências e só pode ser adequadamente desenvolvida tomando-se por base a ciência em seu processo histórico. Epistemologia e história das ciências são campos abertos, em desenvolvimento, com significativas contribuições externas ao campo marxista. Veja-se, por exemplo, contribuições, entre outras, de Bachelard, Popper e Kuhn.

A história da própria constituição da ciência moderna, no século XVII, tem se revelado profundamente dialética, mas só nos fins do século XIX e início do século XX evidenciou-se que a ciência moderna tem história sem fim, com sucessão de teorias igualmente científicas. O surgimento de novas teorias pode configurar-se como verdadeira revolução científica. A negação das teorias anteriores tem o sentido da negação dialética, não se tratando de destruição da teoria anterior, mas de delimitação da sua validade. Essa característica foi inaugurada na matemática com as geometrias não-euclidianas, e na física com as teorias relativistas e quânticas.

Dos estudos inacabados de Engels sobre as ciências da natureza, a reflexão mais profunda, a meu ver, é a análise crítica da disciplina científica que havia adquirido um elevado grau de acabamento no século XIX, a mecânica clássica, formulada originariamente por Isaac Newton no século XVII, com desenvolvimentos ulteriores de Maupertuis, Euler, D’Alembert, Lagrange, Laplace e Hamilton, entre outros. Tais críticas foram formuladas em período no qual a “sacrossanta” mecânica newtoniana desfrutava o seu apogeu entre os cientistas, e não se acumulavam problemas que indicassem uma possível crise nos fundamentos dessa teoria.

Apoiando-se exclusivamente em considerações filosóficas de ordem dialética, Engels considerou o tipo de determinismo implícito na mecânica clássica como uma forma de fatalismo (8) e, em uma das mais belas páginas literárias da história da ciência (9), defendendo um universo que evolui, desenvolve-se no espaço e no tempo, criticou a mecânica newtoniana pela sua cosmologia (logo, pela sua visão de mundo implícita) estacionária, sem história, sem desenvolvimento, enfim, um mundo dominado por uma descrição fatalista.

O leitor, instruído cientificamente pelas aquisições da física do século XX, verá nesses insights engelsianos um prenúncio das teorias relativistas e quânticas, e da cosmologia do nosso século, admirando-se, portanto, da imensa atualidade das idéias engelsianas nas ciências da natureza e, principalmente, admirando-se do valor, para o desenvolvimento da cultura, da análise crítica dos conhecimentos científicos existentes. No seu esforço de crítica ao que poderíamos chamar de newtonianismo, nem sempre Engels formulou os melhores argumentos (10), mas a fraqueza destes, revelada apenas com o desenvolvimento ulterior da ciência e da história da ciência, não diminui o valor atual dos manuscritos inacabados de Engels enquanto obra crítica, em especial de crítica ao mecanicismo.

Arrisco a conjectura de que se a Dialética da natureza tivesse sido efetivamente publicada em fins do século passado, seu impacto na cultura e na ciência teria sido comparável à influência – suprema ironia para a história do marxismo – da crítica à mecânica desenvolvida por Ernst Mach. Suprema ironia porque, como se sabe, Mach foi um dos principais alvos da crítica de Lênin no Materialismo e empiriocriticismo. A crítica de Lênin dirigia-se, contudo, ao Mach filósofo, e não ao Mach físico, como, aliás, ressaltado por Lênin. A contribuição de Mach a que me refiro prende-se precisamente à sua crítica epistemológica à mecânica newtoniana, e contribui para abalar a confiança ilimitada que se tinha na ciência newtoniana e, desse modo, ainda que indiretamente, para abrir caminho ao surgimento da teoria da relatividade.

Detive-me, até aqui, na consideração das reflexões de Engels sobre as ciências da natureza, deixadas em estado inacabado nos fragmentos da Dialética da Natureza. Elas têm uma inequívoca dimensão filosófica, mas não esgotam a reflexão filosófica própria de Engels, presentes em obras como Anti-Düring e Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. Não pretendo elaborar sobre essa dimensão mais abrangente da obra de Engels, também objeto de intensas e prolongadas controvérsias na história do marxismo, mas comentar um aspecto que me parece objeto de reiteradas incompreensões. Trata-se do sentido da atitude crítica de Engels face à obra de Kant.

“Engels criticou aspectos da obra de Kant, mas não esqueceu o papel do sujeito consciente”

A crítica de Engels se volta contra o agnosticismo e o apriorismo kantianos, e não contra o papel ativo do sujeito na elaboração do conhecimento (11). Isso não foi bem compreendido por vastos círculos do marxismo do nosso século, que retrocederam, no terreno da teoria do conhecimento, da posição engelsiana para uma posição empirista, a exemplo da consideração da “teoria do reflexo” como um sucedânea para uma teoria do conhecimento. A defesa do materialismo, ou do realismo, face ao idealismo, ou à sua vertente convencionalista, não é incompatível, contudo, com um papel ativo do sujeito. No que pesem imprecisões, ou mesmo insuficiências, nas formulações filosóficas de Engels, Marx e Engels não eram empiristas, nem indutivistas; ao contrário, defendem a história, e não qualquer critério lógico, como garantia de que o conhecimento pode representar o real, pois é dele, em última instância, derivado. Marx sustentou que “a questão de saber se ao pensamento humano pertence a verdade objetiva não é uma questão da teoria, mas uma questão prática”, na segunda tese das Teses sobre Feuerbach (12). A propósito, observo que a complexidade da elaboração de uma teoria do conhecimento foi melhor compreendida por Lênin não quando da elaboração do Materialismo e empiriocriticismo, em 1908, mas sim a partir de 1914, quando aprofundou seus estudos em filosofia, lendo Hegel e Aristóteles, por exemplo. Entre suas anotações, não desenvolvidas ulteriormente (13), encontramos fragmentos que revelam uma compreensão sobre a questão mais aprofundada que aquela formulada em 1908. A incompreensão, no âmbito do marxismo, que aqui apontamos, revelou-se ainda grave porque toda a ciência do século XX aprofundou a natureza abstrata (ideal) do objeto das ciências, com a matemática adquirindo, no caso das ciências da natureza, verdadeiro papel criador de conhecimentos novos, e não de mero instrumento para expressar ideias concebidas clara e intuitivamente (14).

As formulações de Engels sobre a ciência da natureza são, portanto, de grande significado para a história e a filosofia contemporânea das ciências. São reflexões a serem incorporadas ao patrimônio teórico do marxismo, evitando tendências, presentes no nosso século, seja de reduzir as ciências naturais a meros integrantes das forças produtivas, desconsiderando sua dimensão cultural mais ampla, seja de reduzi-las a meros reflexos ideológicos, equívoco presente no fenômeno, de triste lembrança do lyssenkismo (15). Compreender a relativa autonomia do desenvolvimento científico seria uma aquisição duradoura para o futuro do socialismo. Exemplo prático dessa compreensão, a ser incorporada positivamente ao legado do marxismo, foi a atitude de Lênin face à Academia de Ciências, herdada da época czarista, nos primeiros anos do jovem poder soviético. A manutenção da Academia de Ciências, de sua autonomia e de seus quadros científicos, mesmo nas difíceis condições materiais de uma guerra, revelou compreensão de que a ciência se apóia no tênue fio da continuidade. A sabedoria de Lênin foi mais avançada que a dos revolucionários franceses de 1789, que fecharam a tradicional Academia de Ciências de Paris (16).

Concluo afirmando que Engels é precursor de uma disciplina cujas características ainda não estão plenamente configuradas, que toma por objeto de estudo, para uma análise crítica, a própria existência moderna. Uma crítica marxista à ciência moderna contribuiria para retirar sustentação de correntes irracionalistas (ditas pós-modernas) que se apoiam no sentimento dos que têm presenciado as explosões atômicas e os desastres ecológicos e resvalam para o equívoco da crítica unilateral ao papel das ciências nas sociedades contemporâneas.

* Doutor em História pela USP e professor do Instituto de Física da UFBA. Este artigo é uma versão da exposição feita na PUC/SP no seminário dedicado ao centenário da morte de Engels e na 8ª Conferência Nacional do PCdoB.

Notas

(1) Ver, em especial, Carta de Engels a Marx, 30-05-1873, com o projeto de escrever sobre a dialética nas ciências naturais, e de Marx a W. Liebknecht, 07-10-1876, sobre sua opinião acerca do significado do projeto de Engels. In MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. Cartas sobre las ciencias de la natureza y las matematicas. Barcelona: Anagrama, 1975, p. 78-80 e 89. A maior competência de Engels para executar tal projeto está bem evidente, por exemplo, nas discussões sobre o valor da obra de Pierre Trémaux, sobre o papel do mecanismo da evolução; ver nas cartas de Marx e Engels, 07-08-1866, 13-08-1866, 31-1001866; de Engels e Marx, 10-08-1866, 02-10-1866 e 05-10-1866, e Marx a L. Kugelmann, 09-06-1866. In Cartas, p. 48-57.
(2) Carta de Marx a Engels, 19-12-1860. In Cartas, p. 22.
(3) Cartas de Engels a Marx, 19-12-1882, In Cartas, p. 109-112.
(4) Para uma exposição mais desenvolvida de meu pensamento sobre essa questão, ver FREIRE JR., Olival. Sobre “As raízes sociais e econômicas dos “Principia de Newton”, Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência, 9, p. 51-64, 1993.
(5) GENRO FILHO, Adelmo, “Introdução á crítica do dogmatismo”, Teoria & Política, 1, 1980, 81-95, e “Sobre Engels e o dogmatismo”, Teoria & Política, 3, 1981, 112-144; TOLEDO, Caio Navarro de . “O antiengelsismo: um compromisso contra o materialismo”. Teoria & política, 2, 1980, 91-116. Agradeço a Duarte Pereira por ter chamado a minha atenção para esse relevante debate.
(6) PATY, Michel. “Note sur la dialectique et l’evaluation des theories”. La Pensée, 188, p. 125-7, 1976.
(7) Um estudo circunstanciado e recente, nessa direção, é o de BRANCO, João Maria de Freitas. Dialética , ciência e natureza – Um estudo sobre a noção de “dialética da natureza”, no quadro do pensamento científico moderno. Lisboa: Editorial Caminho, 1990. Esse interessante estudo ressente-se de uma dificuldade, talvez inevitável, de uma compreensão superficial sobre certos tópicos da história do pensamento científico. É o caso da controvérsia sobre a interpretação da física quântica, onde o autor identifica a posição de Engels face ao problema de determinismo, com as posições de Einstein e Planck. Argumentei, em outro lugar, que a posição de Engels e de Gramsci sobre essa questão seria mais próxima da posição de Niels Bohr e de Paul Langevin. Ver FREIRE JR., Olival. Estudo sobre interpretações (1927-1947) da teoria quântica: epistemologia e física, dissertação de mestrado, USP, 1991, publicado em HAMBURGER, A. I. (org.). Caderno sobre ensaio de conceitos em Física, v. III, USP, 1991; FREIRE JR., Olival. “L’interpretation de la mécanique quantique selon Paul Langevin”, La pensée, 292, 117-134, 1993.
(8) ENGELS, Friedrich. Dialética da natureza. Rio de Janeiro: Paz e terra, 3ª ed, 1979, p. 177-180.
(9) Prefácio da Dialética da natureza.
(10) A exemplo da defesa que faz da hipótese da nebulosa, formulada por Laplace; e da sua dúvida quanto à autoria de Newton na elaboração do cálculo diferencial de forma independente de Leibniz. A análise, no século XX, de manuscritos newtonianos até então desconhecidos nos revelou que aquele Newton criticado por Engels era mais precisamente o Newton que nos foi transmitido pelo século XVIII que uma reconstituição da obra newtoniana. Ver WESTFALL, Richard S. A vida de Isaac Newton. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
(11) Para uma análise mais detalhada desta questão ver DAN, Clara.
“Empirismo y realismo de Marx a Piaget”, in GODELIER et alii. Epistemologia y marxismo. Barcelona: Martinez Roca, 1974, p. 180-209.
(12) Escritas por Marx em 1845, mas só publicadas em 1888, após a morte de Marx, por Engels, como apêndice à edição de seu livro Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã.
(13) Publicadas postumamente com o título Cadernos filosóficos.
(14) Para uma análise atual dessa questão ver livro de Michel Paty A matéria roubada, São Paul, Edusp, 1995.
(15) Para uma análise desse aspecto ver FREIRE JR., Olival. “Ciência e filosofia na experiência socialista”.
Princípios, 21, 1991, p. 70-78.
(16) Ver GRAHAM, Loren. Science in Russia and the Soviet Union.
Cambridge University Press, 1993.

EDIÇÃO 39, NOV/DEZ/JAN, 1994-1995, PÁGINAS 28, 29, 30, 31, 32


sábado, 26 de novembro de 2016

-MORRE UM DOS ICONES SO SÉCULO XX, FIDEL CASTRO!

Por Jeorge Cardozo


O fenômeno do socialismo no século XX faleceu hoje com mais de 80 anos. Fidel Castro foi amado e odiado do ocidente ao oriente, por liderar, ao lado de Che Guevara, meia dúzia de maltrapilhos guerrilheiros contra a potência econômico e militar do mundo atual, EUA. Pode ser considerado simplesmente como um líder facilitador dos estágios anticapitalista. Ou, mais simbolicamente, como um modelo, em grande escala, de todo o processo de resistência, contra hegemônica, mostrando, sob condições simples, o essencial do que acontece quando um líder, um político ou o revolucionário criativo enfrenta o mundo capitalista. Finalmente, as transformações causadas pela sua ousadia prolongaram a outros cantos do mundo e pode ser considerado identicamente ao que se costuma denominar criatividade de “nanico” contra os famigerados gigantes. Neste caso, o verdadeiro legado do líder revolucionário cubano seria nada mais espetacular e humilhador para a potência econômica e militar Norte Americana, ter que suportar, em pleno “quintal”, a ideologia socialista de David contra Golias. Resumidamente, é isso que Fidel representou até a sua morte na velhice, o David socialista, contra o gigante Golias capitalista. Portanto, morre o homem Fidel e fica o seu legado, de nunca ter baixado à guarda, apesar do famigerado Bloqueio Econômico imposto pelas potências capitalistas ocidentais. Viva Fidel, Viva o socialismo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O PAPA FRANCISCO É O VERDADEIRO POP!


Por Jeorge Luiz Cardozo

A desarmonia que envolve o mundo religioso na contemporaneidade é um conflito grave, gente, e diz respeito a alguns conflitos internos relacionados à sua forma de vivenciar o mundo. É possível que, neste momento, você venha a questionar mais a sua vida espiritual, percebendo de forma mais intensa as suas insatisfações a cerca da desarmonia provocada no mundo, relacionadas às religiões. Mas o problema neste período é que, de nada adiantará muito pensar, pensar e pensar e não fazer nada. O excesso de seitas e religiões neste momento não melhora a sua vida, muito menos da humanidade, e pode até torrar a paciência alheia, se você ficar falando demais sobre isso. Uma tendência natural deste momento é ficar fazendo "discussão estéril sobre o tema", quando se está praticando uma dessas crenças, e nem sempre são discussões que levam a algum lugar.

Diz-se, inclusive, que após dez minutos de conversa, é provável que o foco do assunto seja perdido, e aí as pessoas passam a discutir milhões de coisas outras, liberando traumas e coisas que não têm nada a ver com a relação em si e muito menos com a existência ou não de um Deus, capaz de suprir a necessidade humana de perfeição e de tudo resolver por ele, já que grande parte da humanidade atribui a falta de fé Nele, em Deus, os seus fracassos, agonia, má sorte e tudo mais... Esquecem que, quando veio ao mundo, a natureza já lhes deu o poder do sucesso ou do insucesso e é você o responsável por essa escolha em parte e a outra parte, vai depender do que o sistema vai fazer de você. Portanto, Deus pode lhe ajudar espiritualmente a ter vontade de sair ou ficar nessa mesmice e não fazer milagre de você enriquecer sem trabalhar ou roubar, isso mesmo, roubar. 90% dos ricos enriqueceram roubando os outros, seja com roubo institucionalizado, dentro da lei, como a mais-valia, por exemplo, ou roubo direto como fazem grandes empresários, políticos enfim...

No atual momento, o Papa Francisco, em tempo, tem aberto a discussão dentro do clero católico, a relevância de se discutir os temas contemporâneo da humanidade, como diversidade de gênero, aborto, ciência, casamento entre sexo e tantas outras questões importantes que o Clero Católico, tão conservador nas suas entranhas, tem escondido, ou melhor, dizendo, proibindo e ocultando nas entranhas do Vaticano.

Que esse papa é pop, ninguém tem duvida disso e sem ser político, tem tratado o tema político de frente. Ele, o papa Francisco tem que encarar essa pouca vergonha entranhada no clero católico aqui no Brasil e na América do Sul, esse tal de grupo político infiltrado no catolicismo, chamado de “Renovação Carismática”, ligado à direita e ao liberalismo, criado pelo então papa João Paulo II, para combater outro movimento chamado de “Teoria da Libertação”, de ideologia de esquerda e ligada às massas. Ao contrario de João Paulo II, que, era simpatizante do capitalismo e das classes média alta, Francisco tem se mostrado um papa mais ligado aos humildes e com características mais modernas e avançadas, em relação aos principais temas que aflige a humanidade na contemporaneidade.

Em um momento de retrocesso nas ideologias, preconizado pelas crises cítricas e propositais do capital, termos um papa com essa coragem de enfrentar temas polêmicos e de caráter populares é no mínimo, de se parabenizar a sua atitude. Em verdade, a igreja católica de há muito, precisava de um balanço nas suas ideologias, ainda com muito reflexo da Contrarreforma e do Índex.

O mundo tem sempre momentos de evolução e de retrocesso, alimentado pelo vai e vem da economia de mercado, com reflexo direto e proposital na forma de se ver o mundo e de interpretá-lo. Dominador dos meios de divulgação de ideias, o capital direciona as ideias, religião, ciência e tudo mais as seus interesses momentâneos.


Portanto, manter a resistência contra essa insensatez ideológico da logica reducionista, desumana e corrupta do capitalismo preconizada na sua falsa democracia é tarefa de todos os entes que, contrariamente a essa minoria “hipócrita” que, se acha dominadora é o termômetro natural da resistência que buscamos.     

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

-MOMENTO DE ABRIR A MENTE, DE RENOVAR, DE CRITICAR!

por Jeorge Cardozo*


A PEC 241, transformada em 55 pelo senado, gente, emite para você pagar as contas do golpe parlamentar preconizado por Temer com o apoio dos partidos achacadores PSDB, PMDB, PSD, PR, PSC, PRB, PTB, SD, PPS, PSB e etc. Estes problemas pedem que, neste momento, você abra mais o seu centro da razão, deixando que o bom senso e a tomada de consciência sobre os fatos políticos brotem de sua alma com novas expectativas ou condições. Permita que uma qualidade nas escolhas de entes públicos – que bate forte, pedindo pra sair – seja derramada para todos os cantos, inclusive para aquelas pessoas de quem abre a boca e diz que odeia política e se esquece de que tudo em nossas vidas, a política está presente. No preço do feijão, do arroz, da gasolina, da saúde, da educação, da casa própria enfim... Muitas boas surpresas ocorrerão à medida que você compreender que, ao escolher melhor seu vereador, prefeito, deputado estadual, federal, senador, governador e presidente sem esperar resultados pessoais e sim pensando no coletivo, os resultados são melhores do que os originalmente esperados, ao vender ou trocar o voto por favores escusos. Abra-se ao entendimento dos projetos políticos que melhor lhes represente, gente! Não apenas a pessoas novas, mas também a novos olhares, novas perspectivas, de modo que o entendimento da luta classe se derrame e você se perceba com a alma limpa, renovada, respirando e irradiando o bom senso, tornando-se um eleitor critico e observador dos projetos políticos e presença atrativa e desejada de mudança de verdade e não aceitar que golpistas a serviço da minoria endinheirada nos iludam e no poder, nos façam pagar as contas que são deles. É só ver a reforma da previdência que eles querem nos fazer acreditar que é a solução para os seus despautérios. É hora de agir, gente! Não se omita, lute, participe das discussões a cerca do golpe e os retrocessos que ele representa para as políticas públicas de saúde, educação, aposentadoria, habitação e etc. Não aceite que maus políticos botem suas corruptas famílias para fazer carreira em detrimento de você própria, do seu filho enfim... Você aprenderá, neste momento, que a critica a tudo isso faz bem principalmente a quem o emite. E termina sendo algo beneficamente contagioso: magnetiza e afeta, transformando o mundo em torno de si, tornando-o um lugar melhor.
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*Jeorge Luiz Cardozo é graduado em filosofia e mestre em políticas públicas e desenvolvimento local sustentável.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

-PLC 75/2015, QUE TRATA DO FINANCIAMNETO E CUSTO DE CAMPANHAS, ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA, COLIGAÇÕES, E CALENDÁRIO ELEITORAL.

Por Jeorge Cardozo

Temos vivido, como nação, atormentados pelos “males” do nosso modelo político e pelos “males” do passado, pelo velho vício e pelo novo, mascarado como democracia burguesa, sem termos podido conhecer uma história de rupturas no modelo eleitoral, com a farsa da reforma político eleitoral, delineado pelos nossos congressistas. Não que não tenhamos tentado o financiamento público das campanhas eleitoral. Fizemos essa discussão de modo expressivo, mas não eliminamos relações promiscuas estruturas e procedimentos do capital nos resultados da correlação de forças entre aqueles políticos que representam o capital e aqueles que representam o povo de verdade. Nossa inquietação tem sido constante, aliás, duplamente contestadora contra o remendo que está sendo feito na reforma, principalmente patrocinada pelos partidos PSDB, PMDB, DEM, PR, PSD, PP, PTB, SD e etc. Em primeiro lugar, porque tem se feito com base na preservação de expressivos elementos do passado, de manutenção de status quo, que são assimilados, apenas pelos gângsteres das estruturas partidárias, sem a devida participação do povo, que, ao final, vão pagar as contas, com pouca representatividade nos debates políticos. Trata-se, para ficar num exemplo fácil, de peso paralisante em que se transformou a descrença do povo com a politica e com o político, afaste ainda mais o povo do poder e, só é usado como massa de manobra no período eleitoral.

Em segundo lugar, porque tem se feito a reforma, de forma não democrática, sem a participação popular e sob o comando das elites, desdobrando-se quase sempre de modo a ser hegemonizada por interesses conservadores. Foi assim que chegamos a final da famigerada reforma política, sem o financiamento público que, a priori, levaria o povo, ao mínimo de condições nas disputas eleitorais, sem a aprovação dessa matéria, apesar do senado ter votado o não financiamento de pessoa jurídica (empresas) as campanhas, ainda assim, os possuidores de grandes fortunas, poderão financiar campanhas e rico não financia campanhas de trabalhador ou sindicalista, exceto se for sindicalista pelego, que vai trair os seus “representados”, ou seja, o tiro saiu pela culatra e nada muda nos enganou de novo.

Destarte, volta com força a tese de lista partidária, que, representa o maior retrocesso na democracia. Ou seja, o cidadão comum ou representante de classes subalternas não mais terá vez, pois, como advento do listão partidário, você vai se candidatar, vai puxar voto para os partidos e no final quem vai decidir os eleitos, são os caciques, detentores das legendas partidárias que vão indicar os seus parentes e apadrinhados, geralmente pessoas corruptas e aliadas do status quo existentes.

Para você entender melhor, vai ser assim, caso seja aprovada a famigerada lista partidária: você cidadão de bem, filia-se a um partido político, faz campanha, o eleitor vota em você mais os votos irão para os partidos que, após o pleito, decidirá quem vai ficar de fato com os votos e as vagas, ou seja, você pode ser o maior puxador de votos do partido ou legenda, mais se não for do interesse do partido a sua eleição, eles indicarão as pessoas que lhes convém. Mais uma “nobre” manobra dos detentores de poder de se perpetuarem a si e a seus familiares e apadrinhados no poder.

PEC/ 241 E OS SEUS DESENROLAR NO CAMPO POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL NO BRASIL

Por Jeorge Cardozo*

Introdução

Nos primórdios do século XXI, os descaminhos da democracia burguesa, nos levam a conflitos de convivência social, preconizados nas lutas de classes, reforçados pela lei burguesa capitalista e salvaguardadas por membros das cortes de justiças, alinhados e mantenedores dos status quo dessa mesma minoria, detentoras dos antagonismos de dominação.

Quando se achava que o ser humano evoluía um pouco mais, busca-se organizar-se e encontrar respostas para suas angustias nas mais diversas seitas e religiões, retroagindo nos avanços importantes na ciência, nos direitos humanos, na convivência pacifica, no coletivo e prevalecendo os interesses pessoais e difusos, tornando-os realidade, contrapondo a paz mundial e a guerra aparece como algo comum, capaz de destruir nações e suas gentes, sem que o mundo, ditos civilizado, preconizados nos discursos dos líderes políticos e econômicos, fossem a última alternativa para tudo.

A política, ao surgir, como alternativa “civilizada” e “pacifica” à guerra, gerando a sociedade e o Estado, cria instituições, administra conflitos (ou deveria), possibilita a distribuição de justiça e paz, ao menos é isso que ouvimos no dia a dia, sem efeito pratico nos aumentos das desigualdades e cada vez mais distante do todo e abrindo ainda mais os abismos entre quem tem tudo e quem não tem nada, fomentando ainda mais a famigerada luta de classes, preconizadas nos meios coercitivos e violentos de manutenção por parte dos dominadores e de reação por parte dos dominados. É, pois, ou deveria ser a democracia um instrumento civilizador, ainda que tantas vezes profanada em seus fundamentos e praticas mais nobres pelos detentores e criadores desse falso consenso, de que a democracia seria a guardiã das barbáries cometidas pelos modelos anteriores e criadoras das benesses que estavam por vir.

O GOLPE

Quando a democracia entra em colapso, pelo desgaste e descredito preconizado pelo golpe parlamentar, alimentado pelo então vice-presidente e atual usurpador do poder Michel Temer, com a colaboração de insensatos, corruptos, prevaricadores parlamentares restabelece-se o primado da barbárie e a guerra de classe volta a exercer seu flagelo de crise. Desnecessário dizer que, o momento de descredito da democracia burguesa, das instituições politicas e jurídicas que só atuam de um lado da sociedade em detrimento do todo, o mundo contemporâneo, marcado por guerras convencionais, guerras de mercado e caminhando para o aumento das divergências religiosas preconizadas por grupos e seitas religiosas, que, agora, agrupadas em partidos políticos aqui no Brasil, como PRB (Universal), PSC (Assembleia), PSDC, PMB, PTC e etc, extrema direita, começam a mostrarem que, a famosa discórdia politico-religiosa está chegando ao Brasil, país que até então, era visto como conciliador no que se trata de assunto religioso; o Brasil está em crise: crise de valores, a volta de grupos fascistas, idealizado pelo deputado Jair Bolsanaro e cia, falsos moralistas escondidos e se aproveitando das religiões para se auto promoverem e enriquecerem, desconstrução das politicas públicas de inclusão social, crise de rumos.

O QUE NOS AGUARDA?

A PEC/241 que cria um teto para os gastos públicos que já foi votada e aprovada em primeiro turno que, aguarda as demais votações na câmara e no senado, limita o crescimento das despesas pelos próximos 20 anos. Caso seja aprovada definitivamente, como tudo indica em 2016, o gasto de 2017 se limitará ao ano anterior, corrigido pela inflação de 2016, medida pelo índice de preço ao consumidor amplo (IPCA). Com isso impedirá maiores investimentos nas áreas sociais, como saúde e educação. Portanto, se aprovada a PEC/241, como tudo indica, irá aumentar o “fosso nas desigualdades sociais” que vinha caindo com os governos petistas. Essa PEC, na verdade, é a materialização do golpe parlamentar que vive o Brasil.

Esse projeto não foi debatido na urna. Ela estabelece teto para todos os gastos públicos relacionados à diminuição da desigualdade. São gastos para os mais pobres, programas sociais, saúde, educação, aposentadorias, novos concursos públicos enfim...

Significa que não estabelece nenhum limite para as despesas financeiras, Tudo para os banqueiros.
Portanto, o governo deveria adotar outras mediadas para diminuir o déficit nas contas públicas, que pode chegar a 80% do PIB (produto interno bruto) nos próximos anos, de acordo com estimativas de economistas. Já que tem um déficit, de onde tirar para cobrir? Taxar grandes fortunas, investir na recuperação da divida ativa. São alguns trilhões que estão por aí, sem que haja condições de cobrar. Redução da taxa de juros. Já que maior parte do imposto que a gente paga serve para alimentar a dívida que temos. Esses seriam caminhos para cobrir o rombo, afinal, quem não pode pagar sozinho é o trabalhador.

O FUTURO POLÍTICO!

Ouvimos a todo instantes, nas entrevistas do usurpador Temer, de que não será candidato à reeleição em 2018, mais uma mentira preconizada pelo golpista. Obviamente que a popularidade do golpista é péssima momentaneamente, digo momentaneamente porque ele, o Temer, com essas mediadas conservadoras de ajustes da economia nacional, embora trazendo retrocesso nas políticas públicas sociais, resolvendo esses problemas até o fim do seu curto governo, poderá ser beneficiado eleitoralmente, tendo em vista, a memoria curta do povo brasileiro e buscar a reeleição. Mais caso ele, ainda que resolva os problemas da economia nacional, mantenha sua popularidade em baixa, acredito eu, que caberá a seu ministro da fazenda Henrique Meireles, caso mister proceda, representar o famigerado por poder, PMDB no pleito de 2018.

Quanto ao PT e seus aliados, terão pela frente um árduo caminho, a começar internamente, com a reconstrução do partido, enquanto ideologia. Digo isso, após os descaminhos feitos nas suas alianças para chegar ao poder, acreditou no famigerado “centrão” e nas suas gangues, preconizadas em partidos como o próprio PMDB, PSD, PR, PP, PRB, PSC, SD, e etc, alimentou as cobras que lhe picou.

Como analise final, embora essas sejam conjecturas momentâneas, não costume errar nas minhas analises, ainda que a ciência politica não seja imutável, esses juízos a priori, preconizados neste texto, trazem nuances a serem pensadas e avaliadas pelos adversários do PMDB, em especial, as esquerdas que, na minha opinião terão que construir um programa de governo em comum, para enfrentar a social democracia, a direita e a extrema direita que, buscam aniquilar o PT e levar junto a verdadeira esquerda, como sinônimo de incompetência e corrupção. Mais é bom lembrar aos desavisados que a incompetência e a corrupção são sinônimas do capitalismo e sempre foi combatida pela verdadeira esquerda e o grande erro do PT foi fazer aliança com esses setores corruptos e incompetentes da politica nacional.
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*Jeorge Luiz Cardozo é graduado em filosofia e mestre em políticas públicas e desenvolvimento local sustentável.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

=OS DESAFIOS DE ITO DE BÊGA E O FUTURO POLÍTICO DE CONCEIÇÃO DO ALMEIDA.


 por Jeorge Cardozo

Os dias que se seguem pós-eleições, é momento de reflexão e de analise as possibilidades que a ciência política nos coloca. Digo isso, após a esmagadora vitória de Ito de Bêga no pleito Almeidense 2016. É bem verdade, que durante o processo de eleição, percebemos o favoritismo de Ito, sobre o seu adversário, mas, no entanto, a acachapante vitória com mais de três mil votos de frente, juro que mim surpreendeu. Para quem acha que essa vitória foi mérito exclusivo de Ito e sua equipe, tem certa razão, mas, entretanto, não foi só isso, é importante fazermos uma analise pormenorizada dos acontecimentos para não cair no censo comum. O líder do adversário teve sua parcela de contribuição quando foi o primeiro a sair por aí, desconstruindo a imagem e a gestão da sua cria em 2012 e destarte, teve dificuldade de encontrar no seu grupo, minguado após a forte adesão ao grupo de Ito e pela falta de candidato com densidade eleitoral e com poder financeira. Obviamente, que a escolha de Jailton Melo foi em parte, resultado de tudo que disse acima.

Em relação à eleição de vereadores, tivemos também alguns fatos interessantes, um deles, foi a fortes votações dadas aos candidatos dos dois grupos, a derrotas inesperadas de vereadores e candidatos importantes como Janffree, Sandro de Uzeda, Moura, Dolfo Coni, esse último, teve uma derrota eleitoral e politica, eleitoral pelo fato de ter obtido uma votação pífia e política por ser representante de uma família política de tradição e pela derrota do seu candidato a prefeito; já o ponto positivo, foi a forte votação de todos os principais candidatos, em especial novatos como Vinicius da Mombaça, Sérgio da Topic, Chiquinho da Perneda, Dinho de zeca que, mesmo derrotado, foi surpreendente a sua votação, entre outros.

Em relação ao futuro presidente do legislativo municipal, caberá a Gal ou Nino, sendo que o último pela experiência no legislativo, deve ser o futuro presidente da câmara.

A grande surpresa foi a não reeleição do jovem e competente vereador Janffree que, por seu carisma e competência, deve ser o novo procurador jurídico do município, se o prefeito eleito Ito assim o proceder, mas, pelo que ele representa e a coragem de aderir ao projeto de Ito, é o mínimo que Ito deve fazer.

Em nível de futuro, começo a enxergar no fim do túnel as novas nuances que a ciência política nos dá, falo das mudanças preconizadas na reforma política, como o fim da reeleição e o que preconiza a lei eleitoral que diz que parentes de até terceiro grau de políticos eleitos para cargos executivos, ficam inelegíveis. Sendo assim, Gal esposa de Ito e vereadora mais votada no último pleito, está fora da disputa para a prefeitura em 2020. Dentro dessa analise, Auci será o candidato a sucessão de Ito em 2020, por se tratar de um cabra preparado, empresário experiente, competente, carismático, amigo pessoal de Ito e com "bala na agulha" para enfrentar o fim do financiamento empresarial de campanhas. Mais você mim pergunta: e o vice? Dilson tá tendo uma carreira meteórica na política e isso é elogiável, mas, no entanto, só será o candidato, se Ito enxergar nele, qualidades de gestão e de confiança. Você pode não acreditar, mas, foi eu o responsável direto pela indicação dele para vice, pois, em todas minhas analise política, deixava claro para Ito e Auci, a importância de se ter um vice do terceiro distrito para furar as bases do líder politica histórico na região é só ver os meus texto publicados no meu blog: blogdocardozo3333.blogspot.com.

Coma analise final é torcer e esperar que Ito faça uma boa gestão e acho que fará, pois, a politica é cruel com incompetentes e com erros políticos e que a nova câmara de vereadores faça o seu papel de fiscal e representante do povo e de exercício de cidadania.


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

-ELEIÇÃO ALMEIDENSE 2016, A HORA É AGORA.

Por Jeorge Cardozo

Caros (a) eleitor (a) Almeidense, no próximo domingo, dia 02 de outro de 2016, os meus caros conterrâneos irá às urnas eleger um novo prefeito e uma nova Câmara de vereadores para o quadriênio 2017/2020. As eleições deste ano ganharam relevante importância devido às necessidades objetivas da cidade, conjugadas com a profunda crise política, econômica e institucional preconizada pelo golpe das elites conservadores, apoiadas pelo poder econômico contra o governo legítimo do PT e que mais fez pela população carente do Brasil, de todos os tempos.

Tratar com seriedade e responsabilidade o voto poderá abrir um novo ciclo histórico na política local, estadual e nacional. A eleição municipal será o primeiro grande teste da população Almeidense na perspectiva de iniciar um novo tempo, na construção da nossa, ainda frágil democracia.

Neste texto, apresentarei um breve levantamento das chances dos principais candidatos a vereadores e algumas observações a cerca do pleito eleitoral e as suas consequências positivas para o nosso querido município. Entendemos que podemos e devemos avançar nas escolhas de nossos representantes, sejam vereadores, seja prefeito, tem que está aliado com o nosso governador Rui Costa e com a volta do nosso melhor presidente que o Brasil já teve Lula, o pai do povão.

Precisamos avançar na educação, um dos piores IDEB da Bahia, saúde, que chegue a quem mais precisa e políticas públicas de inclusão e geração de emprego e renda, são os pontos mais fundamentais, a priori, para uma gestão de participação popular.

Nesta perspectiva, na falta de um candidato com inserção popular, capaz de fazer um orçamento participativo que englobe, principalmente, as populações que mais precisam Ito de Bêga, nessa conjuntura, é o que pode e deve implementar uma gestão próxima dos nossos anseios.

Acredito que a coligação encabeçada por Ito, deve fazer de 07 a 08bvereadores. No entanto, vai ser uma luta muito grande para os postulantes, tendo em vista, que são uns 16 bons nomes fortes, buscando essas 07 ou 08 vagas. Quais sejam esses nomes: Gal, Dinho, Sergio, pelo PSD; Borinha, Josué, Véi, pelo PSL; Nino e Luzia, pelo PTC; Janffree, pelo PTN; Sandro, pelo PSB; Tonhe, Côro, Humberto, pelo PDT; Paulo Cezar, pelo PRB; Sukita e Lui, pelo PP; no PR, não vejo ninguém, a priori, com chance, a não ser que surpreenda.

Como não sou de fugir da “raia”, vejo-me compelido de indicar os 07 ou 08 prováveis eleitos: Gal, Dinho, Janffree, Tonhe, Sukita, Nino, e Sandro e os demais vão buscar as duas vagas restantes, caso a coligação de Ito faça 08.


Obs. Lembro que pode haver surpresas aí, pois, temos candidatos como Sérgio, Josué, Côro, Véi, Borinha, Humberto, entre outros, que podem surpreender.

domingo, 4 de setembro de 2016

-GOLPE CONSOLIDADO E AGORA O QUE VIRÁ?


Por Jeorge Cardozo

Como que para compensar o "golpe" parte dos senadores resolveram manter os direitos políticos da presidente Dilma, numa clara demonstração de que, os acontecimentos foi um golpe constitucional e não um crime de responsabilidade. Destarte, é preciso se ficar atento para um fato, a grande influencia dos partidos médios e pequenos, que formam o famigerado “centrão” que, após a ascensão do ex. presidente da câmara Eduardo Cunha ao poder, fortaleceu esse seguimento, que esteve no auge no governo Collor e assim, como agora, também foi responsável pela sua queda. A inferência que tiramos desses acontecimentos é o fato do PT ter sustentado esses “parasitas”, primeiro com o mensalão e depois com a corrupção desenfreada em todos os setores da gestão pública e, em especial, na Petrobrás. Buscando a famigerada governabilidade o PT se viu compelido em fazer aliança com esses abutres que, a priori, não estão nem aí pra res pública e só pensam nos seus interesses mesquinhos e corruptos. São de uma falsa moralidade que deixa qualquer cidadão extenuado com suas dê sensatezes. Foi patético vermos aquela deputada mineira “berrando” a família, Deus e pátria para justificar o seu voto e no dia seguinte o marido era detido pela policia, acusado de corrupção na prefeitura de Montes Claros, cidade pólo de uma região pobre do Vale do Jequitiunha, norte mineiro.  

Após confirmar o golpe, o senhor Temer anuncia as suas medidas e plano de governo, tendo a reforma da previdência, como primeira atitude, ou seja, quem vai pagar o “pato”, como sempre é o trabalhador que, parece merecer, pois, apoiou ou se omitiu ao golpe, portanto, agora paga a conta, da sua inercia alienada. Obviamente que não vão parar por aí, o alvo deles, é privatizar e entregar ao grande capital nacional e internacional, o que sobrou das privatizações de FHC e depois partir para a precarização das Leis trabalhista, em um claro intuito de retroagir nas políticas públicas de educação, saúde, infraestrutura urbana, moradia e todas as demais conquistas obtidas pelas classes C, D e E dos últimos 15 anos.

PT, LULA E DILMA
Em relação ao PT, Dilma e Lula vão sofrer uma perseguição implacável da direita, no campo político, de setores conservadores do capital e de parte do judiciário conviventes com o golpe. Obviamente, que o Lula, por tudo que ele representa e fez por esse país, não tendo um diploma superior, vai sair vivo de toda essa perseguição. Ele, o Lula, tem uma grande identificação das massas, carisma e jogo político, adquirido ao longo da sua trajetória sindical,  politica e na esfera internacional, embora a nomeação do senador golpista Serra, para as relações exteriores, tem um caráter de tentar diminuir essa influencia do Lula na esfera internacional. Já a presidente Dilma, se o supremo não mudar a decisão do senado, seja revogando o golpe, sejam revogando os seus direitos políticos, poderá disputar um cargo no legislativo, deputada ou senadora, ou ainda, o governo gaúcho.

SALVADOR

Em relação a Salvador, o PT abriu mão da cabeça de chave e resolveu apoiar a candidatura da deputada federal Alice Portugal, trata-se de um bom quadro da politica de esquerda baiana, mas, destarte, peca de uma boa popularidade para enfrentar um candidato forte e amparado pela mídia, empresariado e com a máquina na mão, diferencial em uma campanha curta e de pouco dinheiro, com o fim do financiamento privado de campanhas. O único que poderia fazer frente ao projeto de reeleição do prefeito “almofadinha” era o senador Walter Pinheiro que, não se sabe por que, se omitiu da disputa.

CONCEIÇÃO DO ALMEIDA, PREFEITO

Conceição do Almeida, ao que tudo indica o ex. prefeito Ito de Bêga deve voltar ao paço municipal local, tendo em vista, a estratégia do “coronel” Joel Neiva, aparentemente, ter falhas. Digo ter falhas, pelo fato de, na eleição de 2012, ter apresentado a população local a candidatura de Armando e depois de eleito, não ter sustentado politicamente, levando-o ao desgaste político, com reflexo na gestão, mal divulgada, apesar de ter feito algumas obras interessantes, a ponto de não poder sonhar com a reeleição. No entanto, parece que o tiro saiu pela culatra, pois, até aqui, os candidatos apresentados pelo grupo, não parece empolgar, mas, como se trata do “coronel” Joel Neiva, precisa se manter a “barba de molho” e não abrir a guarda, se não, ele “mete”.

VEREADORES

Destarte, os vereadores eleitos, tiveram alguns nomes que surpreenderam e tem reais chances de reeleição, é o caso de Janffree, Sandro, Nino, entre outros e alguns nomes novos de peso como professor Moura, Dinho de Zeca e outros que podem surpreender, como Sérgio da Topic.


Sobre um plano de governo sustentável para um município pequeno populacional e financeiramente como o Almeida, dei minha contribuição em outro texto anterior, disponível para leitura na minha página no face e no meu blog: http://blogdocardozo3333.blospoto.com/sustentabilidadeemrede   

domingo, 7 de agosto de 2016

-AO EXCENLENTÍSSMO JUIZ SÉRGIO MORO

Por Jeorge Cardozo
Excelentíssimo senhor Juiz Sérgio Moro, eu enquanto cidadão, pagador de impostos, impostos esses, que são utilizados, entre outras coisas, para pagar o seu gordo salário, merecedor ou não, não vou entrar no mérito e com certo conhecimento das leis, venho a público questioná-lo a cerca do modo parcial como tem conduzido as investigações na “Operação Lava-jato”.
É de fato e de direito que a luz da lei é para todos, mas, o que presenciamos é uma covarde perseguição ao PT e ao ex. presidente Lula. Perseguem o Lula por causa de um misero apartamento do “minha casa minha vida” e por um misero sitio em Atibaia que, a priori, não se tem prova concreta que a ele pertença e se ainda o pertença, perto do que quase todos os políticos têm roubado desde o surgimento da república é “peixe pequeno”. Não pense que sou a favor de qualquer ato ilícito na política ou na gestão pública, o que questiono é a perseguição implacável imposta a esses indivíduos ligados ao PT e outros corruptos tão mais perigosos infiltrados na política e gestão pública, têm a mão passada na cabeça.
Vejamos o caso da compra da reeleição de FCH e de suas privatizações, nunca vir a excelência tocar no assunto, Renan Calheiros, Romero Jucá, Waldir Raup, Eduardo Cunha, Sarney e família, Aécio, Alkmin, Temer, entre outros, tem acusações gravíssima de desvio e de obstrução a justiça e até hoje nada foi feito de concreto e eles continuam aí, inclusive, planejando e executando golpe, ou esse “circo” com nome de impedimento é o que?
Temos no supremo um magistrado declaradamente, simpatizante do PSDB, dando opinião a favor de golpe, como se nada fosse. Membros do supremo são pra julgar aquilo que a lei lhe permite e não para tá dando sua opinião como cidadão comum, que não o é.
Vossa excelência poderia, de fato, ser o nome da legalidade, se se portasse como tal, se mandasse pra prisão todos os corruptos que assola a res pública, elogio-o pelo fato de ter mandado pra prisões grandes empresários e empreiteiros, mas, destarte, comete ilegalidade quando fica empenhado simplesmente em destruir o PT e o Lula, agindo de forma parcial sobre os demais.  
É fato também senhor juiz que a república desde seu surgimento, assim como a famigerada democracia burguesa é contaminada por corrupção e com esse sistema corrompido é impossível governar, vossa excelência bem o sabe: esse “Centrão” aí no congresso é o que, senão uma gangue de chantagistas, corruptos, falsos moralistas e golpistas? Gostaria muito que vossa excelência se candidatasse a presidência e ganhasse pra ver, se conseguiria governar sem “negociar” com esse bando. Tá tudo errado; modelo educacional, sistema político, judiciário, partidário, financiamento e propaganda eleitoral, eleitores viciados e não sabe distinguir nenhum modelo político, pra eles, todos são iguais e aí escolhem os piores, dentro dessa máxima.
Ainda assim excelência, o Lula e o PT, com todos os seus erros, foi e o é, no nosso curta republica, o que melhor fez, é só olhar os dados que vou lhe dar abaixo. Entendo, que ao dar o mínimo que as classes marginalizadas precisavam, levantou a ira da elite e setores médios da sociedade que, acostumados a ter tudo, em detrimento dos marginalizados, se pactuaram para planejar e executar o golpe e tentar destruírem o legado positivo desse governo. E, é aí, que vossa excelência parece entrar, esquece, pelo que sei ser também, no seu passado, de classe média baixa, assim como o sou, e tem compactuado com essa falta de coerência nas suas ações, enquanto homem da lei, ou deveria ser.

O Lula foi o único líder político brasileiro a obter índice de aprovação que chegaram a inéditos 76%, com apenas 4% de rejeição.
“De fato, o operário Luiz Inácio Lula da Silva, o 35° presidente do Brasil, tornou-se o mais popular político brasileiro de todos os tempos.
Ao longo dos dois mandatos que exerceu, recebeu quase 300 condecorações, dentro e fora do País. O seu maior legado para a História reside na demonstração de como é possível superar as adversidades de uma origem humílima e alcançar as alturas.

São várias as singularidades de sua rocambolesca biografia. Uma delas é o absoluto recorde brasileiro de 5 candidaturas à presidência da República, em que perdeu as três primeiras (1989, 1994 e 1998) e venceu as duas últimas (2002 e 2006). A segunda é ser o primeiro presidente do Brasil nascido em Pernambuco. A terceira é a de ser o único presidente sem curso superior. A quarta é haver terminado o governo com índices recordes de popularidade. A quinta é a de ter feito sua sucessora depois de governar oito anos seguidos, com a marcante singularidade adicional de nunca haver ela, Dilma Rousseff, exercido qualquer função conquistada pelo voto popular. A sexta é a de haver liderado, entre os brasileiros, nas listas das personalidades  mais influentes do mundo. Segundo a revista americana Newsweek, Lula foi, em 2008, a 18ª pessoa mais poderosa, caindo para o 33° lugar, em 2009, de acordo com a revista Forbes, aparecendo Barack Obama, em ambas as listas, em 1° lugar. A sétima peculiaridade foi ser considerado pelo jornal francês Le Monde e pelo espanhol El País, o Homem do Ano, em 2009. O jornal inglês Financial Times incluiu-o entre as 50 pessoas que moldaram a primeira década do terceiro milênio, pelo seu charme e habilidade política, enquanto o Instituto Datafolha apurou que ele foi considerado a mais confiável entre 27 personalidades pesquisadas, no início de 2010, tendo recebido no Forum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o prêmio, pela primeira vez concedida, como Estadista Global, pela sua atuação para redistribuir renda, reduzir a pobreza e preservar o meio ambiente, com reflexos mundiais. Enquanto isso, o jornal israelenseHaaretz declarou em março de 2010 que Lula era “o profeta do diálogo”, por suas mediações para promover a paz no Oriente Médio, e a revista Time, em abril de 2010, situou-o como um dos 25 líderes mais influentes do mundo. A ONU, por sua vez, condecorou-o como o Campeão Mundial na Luta Contra a Fome e a Desnutrição Infantil. Barack Obama coroou o seu prestígio, ao dizer numa reunião do G20: “Lula é o cara. É o político mais popular do mundo”. Tudo isso levava a crer que pudesse ganhar o Nobel da Paz, edição 2011, o que não ocorreu. E a maior de todas as singularidades, esta de caráter universal: “nunca antes na história desse país”, para não dizer do mundo, alguém chegou tão longe a partir de tão modesta origem. Durante a cerimônia de sua diplomação como Presidente, no primeiro mandato, disse: “E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país.”
Com a crise do Mensalão, em meados de 2005, o prestígio de Lula quase foi à lona. Sua recuperação resultou da demissão do chefe da Casa Civil José Dirceu e dos ministros Luiz Gushiken e Benedita da Silva, acusados de corrupção. O corporativismo do Poder Legislativo, ao negar-se a punir alguns dos seus membros, comprovadamente envolvidos no mesmo esquema de corrupção, ensejou a Lula desviar para o Congresso parcela substancial da responsabilidade a ele atribuída no escandaloso episódio. Foi um golpe de mestre. Lula conseguiu passar para a opinião pública dois entendimentos fundamentais: o primeiro é que ele não tinha qualquer conhecimento daqueles mal-feitos, conquanto o deputado Roberto Jeferson e o governador de Goiás Marcondes Perilo hajam reiteradamente declarado que advertiram o presidente da existência de mesadas regulares para assegurar o voto de parlamentares; o segundo seria que, no Brasil, dar dinheiro a parlamentar, para financiar suas eleições, era prática consuetudinária. A manobra funcionou tão bem que já em janeiro de 2006, Lula deu início à sua popularidade ascendente, culminando com a conquista de um segundo mandato presidencial. Lula dava início a um novo período de sua vida: o da impermeabilidade. Nada, absolutamente, nada mancharia sua reputação inoxidável, nem dentro, nem fora do Brasil”.

A parte entre aspas é de autoria de Joaci Góes, jornalista e empresário, filiado ao PSDB/BA, com grifo nosso.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

-Reforma da Previdência vai afetar mais quem tem até 50 anos!

por Jeorge Cardozo

As mudanças mais drásticas na Previdência valerão para quem tiver até 50 anos, tanto na iniciativa privada como no setor público. Acima desta faixa etária haverá um "pedágio" para quem quiser se aposentar, a chamada regra de transição, prevendo um período adicional de trabalho de 40% a 50% do tempo que falta para que se tenha direito ao benefício.
As propostas foram apresentadas ao presidente em exercício, Michel Temer, pelos líderes do governo golpista traidores dos eleitores e só vão votar depois das eleições do impedimento da presidente pra não chamar a atenção dos eleitores desenformados e ainda serão debatidas com dirigentes sindicais traidores e pelegos como Paulinho da Força, sindicalista traidor e empresários. A ideia é que a idade mínima para que o trabalhador requeira a aposentadoria seja de 65 anos, no caso de homens, e de 62 para mulheres.
Tudo está sendo planejado para que as mudanças atinjam funcionários de empresas privadas e também servidores públicos. "Talvez não unifiquemos o sistema, mas vamos unificar as regras", disse os líderes do governo golpista.
Agora isso é pra as massas e os trabalhadores aprenderem. Esses golpistas foram para as ruas pedirem impedimento da presidente e muita gente pobre e trabalhadores desformados apoiaram o golpe e agora toma pra quietar pra aprender a votar.