sábado, 7 de dezembro de 2013

-O BRASIL NÃO É PARA AMADORES


O BRASIL NÃO É PARA AMADORES

Por Aninha Franco*

Adaptação Jeorge Cardozo*
      
O surpreendente País do Futebol fez da visita do Papa Francisco, guia máximo de uma religião em declínio, o melhor espetáculo do ano, até agora. De prosa elegante e impactante, como seus antecessores da Companhia de Jesus, Antônio Vieira (1608-1697) e Manoel da Nóbrega (1517-1570), Francisco encantou católica desencantados e até ateus com seu discurso. A Companhia de Jesus, ordem de Francisco, a mais intelectual das ordens católicas, educou os brasileiros de 1549 a 1759, quando o Marquês de Pombal a expulsou do Brasil, impaciente com o seu poder na Colônia. Outras ordens chegaram, desde os primeiros minutos de Brasil, muitas, mas aos Jesuítas, ou inacianos (Santo Inácio de Loyola é o fundador), o Papa e o Rei entregaram a catequese dos autóctones e a educação dos brasileiros.
     Os Jesuítas não foram bem-sucedidos na tarefa que o Rei João 3º, cognominado pelos historiadores de “O Colonizador” e por seus contemporâneos de “O Pateta”, e o Papa Paulo 3º lhes confiaram. A Colônia não era para amadores, diria Tom Jobim, se aqui estivesse. E a má educação secular espalhou-se, imperial, ainda hoje, sem perspectivas de melhorias. Falta educação aos empresários, que só cumprem a Lei quando sofrem perdas materiais. Após interdição, o estacionamento do Pelourinho, que precisa do empenho de todos, políticos, empresários, cidadãos, para ser o bairro mais respeitável do Brasil, abismou os freqüentadores com sua limpeza e luminosidade. Falta educação aos cartolas, que transformam agremiações populares em feudos privados, sufocando-lhes a vitalidade com péssimas gestões! Viva o Baêêêa Livre!
     Falta educação aos políticos, que saqueiam seus empregadores, os eleitores, com desvios regulares de verbas. Falta educação aos cidadãos, que confessam suas idiotias – o vocábulo idiota foi criado pelos gregos para nominar os que optavam pelo não envolvimento político – com orgulhos. E que praticam, na vida privada, o que os senhores de Brasília praticam no cotidiano da vida pública.
     Falta educação aos nossos jovens que, vão às ruas, em busca de transformações que, nem eles mesmos sabem quais são, pois, assim, que chegarem as eleições, vendem os seus votos ou trocam por favores escusos, ou simplesmente votam-nos mesmos que estão aí, ou trazem os “defuntos” de volta, é só ver o caso aqui de Salvador. Que o diga o “Netinho Jr.”. Portanto, esperamos que a passagem de Francisco e os gritos vindos das ruas, sejam de mudanças de mentalidade política de verdade, por parte de nossos jovens. A passagem de Francisco foi educativa. Será?
*Aninha Franco é jornalista do grupo A tarde.
*Jeorge Luiz Cardozo é professor mestre.

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